Em protesto contra seguidos reajustes dos bilhetes de trem e de metrô promovidos pelo governo de Javier Milei, passageiros pularam nesta sexta-feira (1) catracas das estações para não pagar passagem em Buenos Aires.
“Hoje o estado banca artificialmente preços baixíssimos de tarifas de energia e de transporte por meio de subsídios”, disse em 12 de dezembro Luís Caputo, ministro da Economia.
O “Molinetazo”, ou “catracaço”, foi convocado por estudantes de esquerda. O protesto foi marcado para o mesmo dia do começo do ano legislativo na Argentina e do discurso do presidente Javier Milei para o Congresso. Ele falará às 21h.
Desde que Milei assumiu, os reajustes das tarifas tem acontecido mês a mês. No caso do metrô, por exemplo, a alta foi de 56% desde dezembro:
- Dezembro de 2023: 80 pesos (R$ 0,47 na cotação atual)
- Janeiro de 2024: 110 pesos (R$ 0,65 na cotação atual)
- Fevereiro de 2024: 125 pesos (R$ 0,73 na cotação atual)
Aumentos até junho
Segundo o jornal “Página 12”, estão previstos aumentos em todos os meses até junho, quando a tarifa de metrô chegará a 757 pesos (R$ 4,45 na cotação atual). No caso dos trens, o reajuste no valor mínimo (as faixas de preço variam por trecho) foi de 247,7%.
O valor do salário mínimo em fevereiro é de 180 mil pesos (R$ 1.057, na cotação atual).
Na Argentina, a tarifa de ônibus varia de acordo com a distância que o passageiro percorre.
Segundo os organizadores do protesto, o propósito é mandar uma mensagem ao presidente Milei, que com o aumento de tarifa as pessoas têm dificuldades para ir estudar e trabalhar.
A empresa Trens Argentinos afirmou ao jornal “La Nación” que as pessoas flagradas pulando a catraca ou viajando de graça são obrigadas a passar o bilhete SUBE (o cartão de transporte) e pagar a tarifa. Se a pessoa não tiver saldo, cobra-se uma multa de 1.300 pesos (R$ 7,64).