O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, pediu uma reunião “imediata para condenar de forma inequívoca o Irã por esta grave violação” e pediu ao Conselho “que aja para designar como organização terrorista” a Guarda Revolucionária, exército ideológico iraniano.
Na noite deste sábado, o Irã disparou mais de 300 artefatos contra Israel em resposta a um suposto ataque israelense contra seu consulado na cidade de Damasco, na Síria.
O bombardeio de 1º de abril destruiu o consulado iraniano em Damasco e matou dois altos oficiais da Guarda Revolucionária.
O Irã responsabilizou Israel pelo ataque à sede diplomática, mas Israel não confirmou, nem desmentiu.
Lista de representantes que vão se pronunciar
- Secretário-geral da ONU
- Guiana
- Serra Leoa
- Eslovênia
- Estados Unidos
- Moçambique
- Argélia
- Japão
- França
- Reino Unido
- Equador
- Coreia do Sul
- Suíça
- Rússia
- China
- Malta
- Israel
- Irã
- Síria
Fala de Guterres
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o Oriente Médio “está à beira do abismo” e que há um perigo de um conflito em larga escala.
“É hora de reduzir e desescalar a situação e exercer o máximo de contenção”, dissse ele.
Ele fez um breve relato dos acontecimentos desde o dia 1º de abril, quando o consulado do Irã em Damasco foi atacado, e disse que criticou tanto esse ataque como a resposta do Irã na noite de sábado (13).
“Pedi um cessar imediato das hostilidades. É hora de recuar. Civis já estão pagando o preço mais alto. Temos uma responsabilidade compartilhada de evitar uma nova escalada. A paz e a segurança estão sendo minadas a cada hora. Não podemos suportar outra guerra”, disse ele.
Líderes do G7
Os líderes do G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, condenaram o ataque e disseram que trabalhariam para tentar estabilizar a situação no Oriente Médio. A Itália, que ocupa a presidência rotativa do Grupo dos Sete, agendou uma reunião virtual com os demais membros do grupo, que inclui EUA, Canadá, França, Alemanha, Inglaterra e Japão.
Na declaração, os líderes demonstraram preocupação com uma possível escalada de tensões na região. Além disso, pediram cessar-fogo imediato em Gaza.
“Nós, os líderes do G7, condenamos inequivocadamente e nos termos mais fortes o ataque direto e sem precedentes do Irã contra Israel. O Irã disparou centenas de drones e mísseis contra Israel […] Com as suas ações, o Irã aumentou o risco de desestabilização da região e corre o risco de provocar uma escalada regional incontrolável. Isto deve ser evitado”, disseram os líderes no comunicado.
“Reforçaremos também a nossa cooperação para pôr fim à crise em Gaza, trabalhando para um cessar-fogo imediato e para a libertação de reféns pelo Hamas, e para aumentar a assistência humanitária aos palestinos necessitados”.
Comissão Europeia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou que o ataque do Irã a Israel pode provocar uma escalada de conflito na região e reiterou que isso “deve ser evitado”.
“Ontem, o Irã lançou um ataque massivo contra Israel, usando drones e mísseis. Um ataque iraniano direto contra Israel não tem precedentes. Hoje, nós, os líderes do G7, condenamos isso nos termos mais fortes. Expressamos a nossa solidariedade e apoio ao povo de Israel e reafirmamos o nosso compromisso inabalável com a sua segurança”, disse.
Von der Leyen afirmou também que o grupo continuará a trabalhar para estabilizar a situação. “Nós alertamos o Irã e seus aliados a cessar os ataques completamente. Todas as partes devem exercer a máxima contenção.”
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Estados Unidos
Num comunicado divulgado após os ataques, Biden afirmou ter dito a Netanyahu que Israel “demonstrou uma capacidade notável para se defender e derrotar até mesmo ataques sem precedentes”.
Biden não disse no comunicado se ele e Netanyahu discutiram uma possível resposta israelense ou um potencial envolvimento dos EUA. No entanto, John Kirby, o principal porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, afirmou no domingo (14) ao programa “This Week” da ABC que os Estados Unidos continuarão a ajudar Israel a se defender, mas não querem a guerra com o Irã.
Israel
O porta-voz da Diplomacia Pública de Israel, Avi Hyman, disse que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu ameaçou “ferir qualquer um” que tenha planos de atacar Israel. “O Irã continua a desestabilizar o mundo e a trazer perigo para a região […]. Nenhum país no mundo toleraria ameaças repetidas dessa natureza”.
“Houve um tempo que os judeus não tinham defesa e não tinham como se proteger. Hoje os judeus têm Israel e nós vamos defender nosso direito de viver livremente na nossa terra”, acrescentou.
Daniel Hagari, porta-voz dos militares israelenses, disse que o país já aprovou “planos operacionais para ações ofensivas e defensivas”.
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Irã
O general Mohammad Hossein Bagheri, chefe do Estado-Maior das forças armadas iranianas, disse que a operação terminou, segundo a agência de notícias estatal IRNA. “Não temos intenção de continuar a operação contra Israel”, afirmou. O Irã disse que tinha como alvo instalações envolvidas no ataque a Damasco
Em um pronunciamento, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, disse que o país emitiu um alerta três dias antes do ataque contra Israel. Segundo ele, o país não defende “a escalada de tensões na região” e que as operações têm o objetivo de defesa legítima.
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