Investigação levou primeiro-ministro espanhol a cogitar renúncia ao cargo. Processo corre sob segredo de justiça.
Pedro Sanchez e a mulher, Maria Begoña Gómez, em 2020 — Foto: Remo Casilli/Reuters
O Ministério Público da Espanha solicitou nesta quinta-feira (25) o arquivamento da investigação por suposta corrupção da esposa do premiê Pedro Sánchez, Begoña Gómez. A investigação foi aberta após a denúncia de uma associação, que admitiu ter se baseado apenas em reportagens da imprensa.
O anúncio da investigação levou o socialista Pedro Sánchez a anunciar na noite de quarta-feira (24) que cogitava renunciar ao cargo. A decisão final deve se tornar pública até segunda-feira (29).
“O Ministério Público pede a revogação do despacho” do tribunal de Madri que iniciou a investigação “e o arquivamento do processo”, indicaram fontes do Ministério Público.
Com o processo declarado “em segredo” de justiça, nem o tribunal nem o Ministério Público deram mais detalhes sobre as alegações de corrupção e tráfico de influência sobre Begoña Gómez.
Segundo o site El Confidencial, o tribunal investigava as ligações de Gómez com o grupo espanhol Globalia, dono da companhia aérea Air Europa.
Para Pedro Sánchez, as denúncias contra a sua esposa são uma “estratégia de assédio e destruição” de meios apoiados pela direita e extrema direita.
A denúncia que deu origem à investigação foi apresentada por Manos Liminas, grupo próximo da extrema direita, que reconheceu na noite de quarta-feira que se baseou exclusivamente em “informações jornalísticas” que “afirmavam supostas irregularidades”, cuja “veracidade” a Justiça deve determinar.