De acordo com ele, foi ofertado aos equatorianos treinamento em investigações e ferramentas tecnológicas voltadas ao rastreio e apreensão de bens e recursos financeiros de quadrilhas. O objetivo é descapitalizar esses criminosos para dificultar a atuação deles.
Também foram oferecidos treinamentos e equipamentos para identificação de presidiários, com uso de recursos de biometria – um dos principais focos da crise de segurança no Equador está nos presídios.
Ainda segundo Rodrigues, se os equatorianos aceitarem o auxílio, agentes da Polícia Federal brasileira podem ser enviados àquele país, mas apenas com o objetivo de treinar os policiais equatorianos.
Equador tem mais uma noite de operações policiais e militares
O diretor da PF concedeu entrevista à TV Globo ao fim de uma reunião virtual que discutiu a crise no Equador. Participaram do encontro países membros da Ameripol, organização fundada no ano passado para estruturar a cooperação entre polícias de países da América.
O diretor-geral da PF brasileira é secretário-executivo da Ameripol. Além de Brasil e Equador, participaram da reunião outros 14 países, entre eles Colômbia e Peru, que fazem fronteira com o Equador.
De acordo com Rodrigues, os outros países também ofereceram ajuda ao governo equatoriano. Ele informou que as propostas serão reunidas num documento único da Ameripol, que será encaminhado amanhã às autoridades do Equador.
“A Polícia Federal do Brasil encaminhará, ainda hoje, as propostas de apoio pra que a gente encaminhe então à polícia do Equador, ao país, e eles então identifiquem as principais demandas”, disse.
Ele prevê que a partir da próxima semana a PF já terá “condições concretas de apoiar” o Equador.
“Tudo aquilo o que nós pudermos atuar sem interferir, obviamente – porque não é papel da Polícia Federal atuar como polícia judiciária em outro país, mas em apoio à polícia nacional do Equador – nós faremos”, completou.
Crise no Equador
A onda de violência que assusta o Equador começou após a fuga do chefe de uma das facções criminosas mais temidas do país, da prisão onde cumpria uma pena de 34 anos. Desde então, houve fuga de criminosos, ataques a delegacias e sequestro de policiais.