Quando a glória se transforma em decepção: a curiosa situação de um documentário desqualificado.
Receber um Oscar é o ápice do reconhecimento na indústria cinematográfica, um feito que consagra a excelência no trabalho e produção cinematográfica.
No entanto, a história registra um caso peculiar na edição de 1969, quando o documentário ‘Young Americans’ ganhou a cobiçada estatueta de Melhor Documentário, apenas para vê-la ser retirada poucas semanas depois.
Uma gafe e tanto
O diretor Alexander Grasshoff e o produtor Robert Cohn, responsáveis por ‘Young Americans’, vivenciaram um episódio raro na trajetória do Oscar.
O documentário, que retrata um grupo de coral formado por jovens viajantes pelos EUA, conquistou a categoria de Melhor Documentário naquela noite de premiação.
Porém, o problema surgiu quando a Academia descobriu que o filme não atendia aos critérios de elegibilidade.
A regra fundamental da Academia para a participação no Oscar exige que a obra tenha sido comercializada nos cinemas no ano anterior à cerimônia.
Nesse caso, ‘Young Americans’ deveria ter sido lançado em 1968 para concorrer em 1969. Contudo, a produção foi exibida em 1967, desqualificando-a para a competição.
Pôster promocional do documentário ‘Young Americans’ – Imagem: Columbia Pictures/Reprodução
A notícia da desqualificação foi entregue de forma direta por Gregory Peck, o então presidente da Academia, que fez uma ligação para Grasshoff e Cohn, solicitando a restituição da estatueta.
O diretor e o produtor tiveram de lidar não apenas com a surpresa da desqualificação, mas também com a incomum situação de devolver um Oscar já conquistado.
Essa história singular nos lembra da rigidez das regras da premiação e de como, mesmo na glória da vitória, uma produção pode ser afastada do reconhecimento devido a questões técnicas.
‘Young Americans’ entrou para a história como o único ganhador do Oscar que precisou restituí-lo, deixando uma marca curiosa e inusitada na trajetória do prêmio mais prestigiado do cinema mundial.
A saga de ‘Young Americans’ serve como um lembrete de que, mesmo no brilho da premiação, é essencial seguir as regras e critérios estabelecidos pela Academia para garantir a integridade e a validade do prêmio.
A história continua a ecoar como uma anedota única, adicionando um capítulo peculiar à rica narrativa do Oscar, que, ao longo dos anos, se tornou um dos eventos televisivos mais assistidos globalmente, atraindo uma audiência comparável a eventos como a Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos.