“Temos que pensar em um plano B”, disse uma fonte da DGSI à Europe 1. Para o serviço de Inteligência francês, manter o desfile dos atletas no rio Sena na abertura dos Jogos Olímpicos seria muito arriscado, principalmente depois do atentado perto de Moscou, reivindicado pela filial na Ásia Central do grupo Estado Islâmico.
O serviço de contraterrorismo francês quer evitar um eventual ataque coordenado em 26 de julho, dia da abertura dos Jogos, diante das câmeras do mundo todo. A França elevou seu risco de atentado terrorista para o nível máximo depois do ataque na Rússia.
A agência de inteligência francesa teria constatado uma movimentação “fora do normal” entre os suspeitos que chegam de países como Cazaquistão, Quirguistão e Turcomenistão. O grande temor da DGSI, segundo a Europe 1, é o retorno do “terrorismo em massa” à França, qui inclui a utilização de carros-bombas que podem ser ativados à distância, por exemplo.
Sem contar a preocupação, já existente, com os chamados “lobos solitários”, indivíduos radicalizados que decidem cometer ataques sozinhos, como foi o caso recentemente do atentado perto da Torre Eiffel.
Durante a reunião, Darmanin agradeceu aos agentes da DGSI “pelo empenho, sobretudo neste ano olímpico em que o nosso país vai organizar o maior evento do mundo e uma cerimônia de abertura inédita”, em uma mensagem publicada na rede X, no final do encontro.
A polícia, as Forças Armadas e a Inteligência francesas “estarão prontas” para garantir a segurança nos Jogos Olímpicos de Paris, afirmou o ministro do Interior francês na segunda-feira (25), depois que o plano Vigipirate foi elevado ao seu nível máximo.
A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, no Sena, já foi modificada levando em conta a segurança e terá metade dos espectadores em relação ao que foi inicialmente planejado.
No dia 5 de março, a diretora-geral de Segurança Interna, Céline Berthon, disse diante do Senado que “organizações terroristas que visam o Ocidente e, sem dúvida, à medida que o evento se aproxima, aproveitarão a oportunidade que representam os Jogos Olímpicos”.
As declarações foram feitas antes do ataque em uma sala de concertos perto de Moscou, que elevou o dispositivo Vigipirate ao seu nível máximo de “ataque de emergência”, com 4.000 soldados adicionais, além dos 3.000 já destacados na França como parte da Operação Sentinela.
Países vão enviar reforçosVários países estrangeiros, incluindo a Polônia, enviarão reforços militares e policiais para ajudar a garantir a segurança nos Jogos Olímpicos em Paris. “Várias nações vão enviar reforços em setores críticos, como cães farejadores”, informou o Ministério das Forças Armadas francês nesta quinta-feira (28), que não especificou quais países estão envolvidos na iniciativa.
Para garantir a segurança dos Jogos, quase 45.000 policiais e militares serão mobilizados na região parisiense para a cerimônia de abertura, dia 26 de julho. De acordo com os últimos dados, 18.000 soldados franceses foram mobilizados para os 19 dias de competição, além de cerca de 35.000 policiais e militares.
Nesta quinta-feira, a Polônia anunciou sua participação. “As Forças Armadas polacas vão juntar-se à coligação internacional criada pela França para apoiar a preparação e a segurança dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024”, disse Wladyslaw Kosiniak-Kamysz na rede social X, sem especificar o número de soldados.
Segundo ele, o reforço inclui “cães farejadores” que terão a missão de “deteção de explosivos e operações de contraterrorismo”. Segundo o porta-voz do Estado-Maior polonês, Joanna Klejszmit, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas francesas, Thierry Burkhard, visitou a Polônia nesta quinta-feira.
A França solicitou no início de janeiro “46 parceiros estrangeiros” e “quase 2.185 reforços de forças de segurança interna”, disse o Ministério do Interior à AFP nesta quinta-feira.
Durante a última Copa do Mundo de Rugby, policiais britânicos vieram para a França, e um total de 160 oficiais europeus participaram do evento. A Alemanha já indicou que enviará policiais para a Olimpíada.
O objetivo é “levar em conta a experiência do espectador, responder ao desafio de capacidade dos Jogos e reforçar a cooperação internacional”, segundo o Ministério do Interior. A necessidade de cães farejadores detectarem, em particular, materiais explosivos, é essencial durante os Jogos Olímpicos, que acontecem de 26 de julho a 11 de agosto.
Na véspera do evento, “há tensão” no mercado canino, disse recentemente à AFP um funcionário do Centro Nacional de Treinamento de Unidades Caninas da Polícia Nacional (CNFUC), localizado a sudeste de Paris.