Neste ano, o governo da China disse esperar um recorde de cerca de 9 bilhões de viagens no período de duração do Ano Novo chinês – também conhecido como Festival da Primavera. O número é quase o dobro do ano passado, quando foram registradas 4,7 bilhões de viagens.
Em 2023, as restrições já foram quase nulas, mas o país ainda vivia sob o temor de punições que foram aplicadas por autoridades durante a pandemia. O governo chinês adotou um dos métodos mais rígidos e prolongados de restrição à movimentação de pessoas no período.
A política, que ficou conhecida como Covid Zero, chegou a ser criticada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou que o método era ineficaz.
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Recorde nos meios de transporte
Passageiros aguardam trem na estação de Pequim, na China, no início do feriado do Ano Novo Chinês, em 9 de fevereiro de 2024. — Foto: Florence Lo/ Reuters
Como a festividade emenda vários feriados, milhões de pessoas costumar viajar para suas cidades ou vilarejos natais para ver a família e participar das celebrações locais. De acordo com a rede de TV estatal chinesa CCTV, cerca de 80% das 9 bilhões de viagens serão rodoviárias, também um recorde, e o restante ocorrerá por trem, avião e barcos.
Mesmo assim, aeroportos e estações de trem do país já estavam lotados na sexta-feira (9), quando as passagens de trem ficaram esgotadas nas principais cidades, embora a China tenha a maior rede de alta velocidade do mundo.
“Está difícil comprar uma passagem este ano. Quase todos os meus amigos não conseguiram e entraram em lista de espera”, disse à agência Reuters a cartunista Miranda Guo, de 25 anos, que vive em Hangzhou e só conseguiu um assento em um trem-bala para Jinan, sua cidade natal, após pagar uma passagem 13% mais cara que o preço original.
Já aeroportos de grandes cidades, como Pequim Xangai, Pudong e Hongqiao, montaram operações para receber multidões e esperam um aumento de passageiros de cerca de 60% na comparação com o ano passado.
E a agência de aviação chinesa conseguiu organizar 2.500 voos extras para operar durante o período.
Polêmica por proibição de fogos de artifício
Entenda o Ano Novo chinês
A festa também começará, este ano, sob uma grande polêmica. Mais cidades decidiram proibir ou limitar a queima de fogos de artifício, inventados na China e uma das grandes tradições na festa. O argumento é que os fogos em excesso causaram poluição e incêndios.
A proibição suscitou um grande debate no país. Na sexta-feira (9), parlamentares chineses, que debateram o tema, disseram reconhecer que será difícil proibir totalmente a queima de fogos pelo país.
Segundo uma lenda local, os primeiros fogos de artifício foram inventados há 2.000 anos na China para afastar o “nian”, uma besta mítica que atacava pessoas e animais na véspera do Ano Novo Lunar, ou Festival da Primavera.
Uma pesquisa online feita pelo jornal Beijing Youth Daily nesta semana mostrou que mais de 80% dos entrevistados apoiam o uso de fogos de artifício durante o Festival da Primavera, o mais importante feriado no calendário chinês.
Ano do dragão
Visitantes caminham sobre lanterna em formato de dragão gigante durante celebração do Ano Novo Chinês, em Pequim, na China, em 9 de fevereiro de 2024. — Foto: Andy Wong/ AP
Na China, cada ano é dedicado a animais no calendário chinês. São doze, que se intercalam: Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Carneiro, Macaco, Galo, Cão e Porco (ou Javali).
Este será o ano do Dragão.
Na China, a data do Ano Novo é móvel e não acontece sempre depois de um ciclo fixo de dias, como no caso do calendário Gregoriano, que se repete a cada 365 dias.
O calendário chinês tem a Lua como parâmetro — e, por isso, a festividade também é chamada de Ano Novo Lunar. O ano é o fim de 12 ciclos completos da Lua.
O que marca o Ano Novo é a primeira Lua Nova após o solstício de inverno. Geralmente, fica entre os dias 20 de janeiro e 18 de fevereiro. Outros calendários também são lunares, como o dos muçulmanos, que tem o Ramadã, e o judeu.