Myles Sanderson falou aos policiais que o prenderam: “Vocês deveriam ter atirado em mim, cara”.
Pouco depois, ele disse um palavrão e emendou: “Estou pronto para morrer agora“, segundo informou a imprensa canadense.
O inquérito concluiu que Sanderson morreu de overdose aguda por cocaína.
Ele foi preso durante uma perseguição em alta velocidade, após uma grande caçada pelos autores dos crimes.
Os esfaqueamentos ocorreram no fim de semana do Dia do Trabalho no Canadá, em 4 de setembro de 2022, na província de Saskatchewan.
Dez das vítimas, incluindo o irmão de Myles, Damien Sanderson, eram da nação James Smith Cree, uma comunidade indígena que habita a província das pradarias.
Uma vítima era da comunidade vizinha de Weldon. No total, 17 pessoas ficaram feridas no tumulto.
A polícia prendeu Sanderson após uma busca que durou três dias. Ele foi parado enquanto dirigia um caminhão roubado em alta velocidade. Na sequência, o homem foi atropelado pela polícia e forçado a cair em uma vala na beira da rodovia.
O inquérito feito por legistas, divulgado na segunda-feira (26/2), afirmou que a polícia percebeu rapidamente que Sanderson precisava de atenção médica durante a prisão.
Um paramédico chegou ao local em poucos minutos e Sanderson já estava no hospital em uma hora. Ele foi declarado morto poucos minutos depois.
A testemunha do inquérito, o sargento Ken Kane, disse que não há evidências de que a ação policial tenha “causado ou contribuído para a morte de Myles Sanderson”, informou o jornal Saskatoon StarPhoenix.
Não está claro o que motivou os assassinatos em massa, que abrangeram múltiplas cenas de crimes.
Myles e Damien passaram dias bebendo, traficando drogas e roubando carros antes do início das ações violentas, disse a polícia.
Damien foi a primeira vítima de Myles.
Myles então foi para outra casa, onde matou Robert Sanderson, a segunda vítima.
Nas horas seguintes, Myles Sanderson viajou a pé e em veículos roubados pela comunidade. Ele invadiu diversas casas.
Em uma delas, ele matou Gregory Burns e atacou Bonnie Burns, que eram mãe e filho.
Mais tarde, Sanderson voltou para a mesma residência e matou Bonnie Burns, junto com Gloria, uma ex-socorrista que foi ao local para ajudar a família.
As outras vítimas na nação James Smith Cree foram Thomas Burns, Carol Burns, Earl Burns, Lana Head e Christian Head. Em Weldon, ele matou a última vítima, Wesley Petterson, de 78 anos.
Documentos mostram que Sanderson tinha 59 condenações anteriores e foi liberado em fevereiro de 2022, enquanto cumpria pena de quatro anos em liberdade condicional.
Um inquérito público realizado no início deste ano concluiu que Sanderson de fato tinha como alvo algumas das vítimas, por problemas pessoais com elas. Outras estavam apenas no caminho dele.