Antes da declaração de Netanyahu, o governo dos Estados Unidos havia pedido para que o primeiro-ministro repensasse a estratégia de invadir a cidade, pois muitos palestinos que tiveram que deixar suas casas em outras regiões da Faixa de Gaza foram para Rafah. Há cerca de 1,4 milhão de pessoas na cidade.
Por que Rafah é importante?
Desde que Israel declarou guerra contra o Hamas, em 7 de outubro do ano passado, Netanyahu afirmou que sua principal meta é acabar com a capacidade do grupo terrorista atacar.
Israel diz que, agora, a cidade de Rafah é o último local onde o Hamas tem força na Faixa de Gaza.
Segundo os israelenses, dos 24 batalhões do Hamas, 18 foram destruídos. Os que ainda restam estão em Rafah, e é preciso enviar tropas terrestres para atacá-los, dizem as forças de Israel. Além disso, eles dizem, há autoridades do Hamas se escondendo na cidade.
Torre residencial na cidade de Rafah em 9 de março de 2024 — Foto: Mohammed Salem/Reuters
Por que há oposição aos planos de Israel?
Os EUA pediram para que Israel não invadirem Rafah sem um plano para retirar civis da cidade.
Em um telefonema, o presidente Joe Biden disse a Netanyahu que ele não deveria invadir Rafah e que os EUA estão em busca de uma abordagem alternativa, que não incluiria uma incursão por terra.
O Egito, que é um parceiro estratégico dos israelenses faz cerca de 40 anos, disse que se os palestinos forem forçados a entrar em território egípcio, o acordo de paz com Israel estará ameaçado.
Apesar das falas de Netanyahu, aparentemente as forças de Israel não estão prontas para uma invasão. Isso pode estar ligado às negociações com o Hamas para um cessar-fogo.
O Catar está mediando as conversas entre os representantes de Israel e do Hamas, e afirma que um acordo não vai dar certo se houver invasão em Rafah.
Além disso, os militares de Israel afirmam que têm planos para direcionar os civis a locais no centro da Faixa de Gaza, que eles chamam de “ilhas humanitárias”, antes da ofensiva. Esse plano, no entanto, ainda não foi aprovado.