Em Goiás são três quartéis que contam com o serviço especializado de busca e resgate com cães; cabo de Luziânia atua com dois cachorros e destaca companheiro mais antigo: ‘Posso contar com ele’

Bombeiros de 4 patas ganham homenagem no Dia do Cão de Busca e Resgate, em Luziânia (Foto: Arquivo Pessoal)
Agentes de quatro patas que compõem o batalhão canino do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) receberam homenagem de companheiros humanos pelo Dia Internacional do Cão de Busca e Resgate, celebrado sempre no último domingo de abril. A comemoração, segundo militares, é um reconhecimento à dedicação desses animais ao salvamento de pessoas em situações extremas, além de destacar suas inúmeras habilidades.
Em Goiás, são três quartéis que contam com o serviço especializado de busca e resgate com cães. São eles: 1° Batalhão de Operações, Proteção Ambiental e Resposta a Desastres (Bopar), em Goiânia (7); o 3º Batalhão de Anápolis (5) e 5° Batalhão de Luziânia (5). Ao todo, 17 cães fazem parte das equipes.
Características do cão de busca e resgate
Conforme o CBMGO, para que um cão esteja apto a atuar em ocorrências reais, ele deve possuir um conjunto de especificações rigorosas que abrangem tanto o seu perfil comportamental quanto as suas habilidades físicas e olfativas.
O animal passa por um processo seletivo que avalia características como temperamento equilibrado, agilidade, resistência física, forte instinto de busca e capacidade de concentração. Além disso, o cão e seu condutor formam um binômio inseparável, que passa por treinamento constante e especializado em diversas modalidades de busca.
No CBMGO, os animais são selecionados ainda filhotes e treinados desde pequenos até estarem aptos a atuar com a corporação.
Parceiros
O cabo Kleber Teixeira de Oliveira, do 5º Batalhão de Luziânia, trabalha com dois cães bombeiros: Revolta (5 anos) e Kaos (60 dias). Segundo ele, dos cinco cães que estão em Luziânia, quatro já estão aptos para o trabalho e um é filhote [Kaos]. O militar contou um pouco do cotidiano.
“De manhã já faço um treino de obediência com o Kaos, que fica comigo em casa, com socialização, e depois levo ele para o quartel. Lá, pego o Revolta e o solto para que ele dê uma desestressada [pois fica preso], esticada e faça as necessidades… Depois faço exercícios para o condicionamento.” Em seguida, o animal passa por treinamentos específicos, que variam conforme o dia, explica Kleber.
O cabo diz que o vínculo com o animal é criado desde o momento da seleção, na “ninhada”. “Após a escolha, eu praticamente passo a fase de adaptação toda com ele. Alimento, apresento os ambientes, tudo ao lado dele. E sempre recompensando com alimentos, brinquedos e carinho. O Revolta está comigo há 5 anos”, diz orgulhoso.
Para o bombeiro, trabalhar com o cão é diferente. “Em campo, já consigo fazer a leitura do comportamento dele, quando está cansado, quando percebe que tem alguma vítima próxima…
E quando vamos para a ocorrência, eu sei que posso confiar nele, não importa a circunstância. Sei que posso contar que ele estará do meu lado, assim como estarei do lado dele.”