A Comissão informou que encontrou assinaturas falsas de Nadezhdin e seus apoiadores. O CEC afirmou que alguns nomes eram de pessoas mortas. O então candidato disse em seu canal do Telegram que não concordava com a decisão e que iria recorrer à Suprema Corte da Rússia.
“Coletei mais de 200 mil assinaturas em toda a Rússia. Realizamos a coleta de forma aberta e honesta – as filas em nossa sede e pontos de coleta foram monitoradas por todo o mundo”, disse Nadezhdin.
Para concorrer, Nadezhdin precisava de reunir 100 mil assinaturas em pelo menos 40 regiões da Rússia. “Participar nas eleições presidenciais de 2024 é a decisão política mais importante da minha vida. Não vou desistir das minhas intenções”, afirmou o candidato também.
Putin, por sua vez, optou por concorrer como independente e não como candidato do partido governante Rússia Unida, precisa de 300 mil assinaturas. Ele já arrecadou mais de 3,5 milhões, segundo seus apoiadores.
As eleições estão marcadas para acontecer em 17 de março.
Foto de 28 de dezembro mostra o presidente Vladmir Putin em reunião com CEO de uma estatal russa — Foto: Sputnik/Gavriil Grigorov/Kremlin via Reuters
Oposição a Putin
Nadezhdin ficou conhecido por fazer críticas incisivas ao Kremlin, principalmente à guerra da Ucrânia, que ele chama de “erro fatal”. O então candidato também promete libertar presos políticos e reverter a legislação anti-LGBTQIA+ em vigor no país.
O Kremlin, porém, disse que não vê Nadezhdin como um rival sério de Putin. O atual presidente acredita que vencerá as eleições de forma esmagadora.
Segundo as reformas constitucionais, ele está apto a concorrer a mais dois mandatos de seis anos, podendo permanecer no poder até 2036.
O governo russo afirma também que Nadezhdin tem sido um convidado para vários programas de televisão estatais que discutem a guerra. Ou seja, para o Kremlin, ele não teria seguido com a campanha política se não tivesse a aprovação das autoridades, visto que a Rússia tem um regime político extremamente rígido.
Porém, desde o começo da guerra na Ucrânia, Putin intensificou sua repressão aos opositores, tanto que muitos críticos a seu governo fugiram ou foram presos.