Na nota que divulgou nesta quarta-feira, o Itamaraty presta condolências aos familiares das vítimas e solidariedade ao povo e ao governo do Irã.
“O Brasil reitera seu mais firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo”, diz trecho do comunicado do governo brasileiro.
Explosões matam multidão no Irã em procissão para túmulo de general morto pelos EUA
Grupo faria homenagem
O grupo atingido pelos ataques, segundo autoridades locais, faria uma homenagem pelos quatro anos da morte de Soleimani, ex-comandante da Guarda Revolucionária do Irã e uma das pessoas mais influentes no país quando morreu, em 3 de janeiro de 2020.
O governo iraniano chamou a explosão de “atentado terrorista” e disse se tratar de um ataque suicida cometido por pessoas que estavam no meio da multidão. Nenhum grupo havia reivindicado o ataque até a última atualização desta reportagem.
A imprensa local afirmou que as explosões ocorreram em uma rua a caminho do cemitério onde o corpo de Soleimani está enterrado, na cidade de Kerman, na região central do país.
A primeira explosão, segundo o serviço de emergência de Kerman, aconteceu a cerca de 700 metros do túmulo do general iraniano. Pelas redes sociais, pessoas que estavam no local relataram haver centenas de corpos espalhados.
Já a segunda explosão ocorreu minutos depois, em um ponto mais afastado e perto das primeiras equipes de emergência que já haviam chegado, ainda de acordo com as autoridades locais.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, não nomeou culpados mas afirmou que o ataque foi feito por “inimigos malignos e criminosos da nação iraniana”.
Funeral de Soleimani tem tumulto e dezenas de mortos
Morte de Soleimani
Ele foi morto por um ataque com drones no aeroporto internacional de Bagdá, no Iraque, onde Soleimani estava, acompanhado de uma comitiva, em uma operação secreta ordenada pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
À época, o Pentágono, que comandou o ataque, alegou que Soleimani estava por trás de mortes de soldados norte-americanos no Oriente Médio e planejava futuros ataques iranianos.
Logo após o ataque, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que “redobraria” a “resistência” contra os EUA e Israel.
Desde então, o governo iraniano tem aumentado o apoio e o financiamento a grupos que atuam contra Israel, como o Hamas e o Hezbollah.
Quando morreu, Soleimani liderava havia 15 anos a Força Al Quds, a unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, e era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país.