Ao anunciar nesta quarta-feira 11 o aumento da taxa básica de juros, a Selic, de 11,25% para 12,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária do Banco Central afirmou que, a se confirmar o cenário esperado, promoverá “ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”.
A projeção indica, portanto, que a taxa chegará a 14,25% ao ano após a reunião de março. Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e próximo presidente do BC, comandará seu primeiro encontro do Copom em 28 e 29 de janeiro.
Seria o maior estágio da Selic em mais de oito anos. A última vez que a taxa chegou a 14,25% foi entre julho de 2015 e agosto de 2016. Naquele momento, o Brasil vivia um contexto de forte crise política que resultaria na derrubada da então presidenta Dilma Rousseff (PT).
Na reunião de outubro de 2016, já com Michel Temer (MDB) na Presidência, o Copom reduziu o índice a 14% ao ano, iniciando um ciclo de cortes que duraria até março de 2018.
Ao justificar a decisão desta quarta-feira, o BC mencionou um ambiente externo “desafiador”, devido principalmente à conjuntura econômica nos Estados Unidos. No front doméstico, segundo a instituição, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho continua a apresentar dinamismo, com destaque para o Produto Interno Bruto do terceiro trimestre.
“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”, alegou a instituição.