Rubens Ferreira Gonçalves morre nos Estados Unidos (Foto: Arquivo pessoal/ Marta Ferreira da Silva Gomes)
O corpo do carpinteiro Rubens Ferreira Gonçalves, de 29 anos, que morreu nos Estados Unidos após passar mal em um presídio, foi enterrado neste domingo (2), em um cemitério de Anápolis, a 55 km de Goiânia. Após a morte do jovem, amigos do rapaz fizeram uma campanha e arrecadaram quase US$ 10 mil. A família usou as doações para custear o traslado do corpo e as despesas com o funeral.
O enterro aconteceu às 14h30 no cemitério Park, em Anápolis. O velório começou nesta madrugada em uma Igreja Batista da cidade. A a tia de Rubens, a técnica em enfermagem Marta Ferreira da Silva Gomes, disse ao G1 que a família está triste, mas “aliviada” por ter conseguido trazer o corpo do jovem para o Brasil.
“Foi uma luta grande, mas nós conseguimos trazer e fazer a despedida dele aqui em Anápolis. Agradecemos os amigos do Rubens que conseguiram ajudar. Graças a eles conseguimos fazer um velório e um enterro digno de um ser humano. Que Deus abençoe a todos que sofreram junto com a gente”, disse.
O carpinteiro estava morando nos Estados Unidos desde setembro de 2007. Ele se envolveu em um acidente de carro há três anos, que só teve danos materiais, mas, segundo a família, como ele teve todos os documentos roubados, fugiu do local. Em setembro de 2016 ele foi preso. No último dia 9 de março, ele passou mal dentro do presídio, foi levado para um hospital de Hartford, em Connecticut, mas teve morte cerebral.
Rubens nasceu no Distrito Federal, mas morava em Anápolis desde bebê. Aos 19 anos se mudou para os Estados Unidos. “Ele tinha o sonho de crescer na vida, de dar melhores condições financeiras para a família”, relatou a tia.
Corpo de Rubens Gonçalves foi velado em Anápolis, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Antes de ser preso, o carpinteiro morava com um amigo em Stamford. De acordo com a família, ele teve todos os documentos roubados, inclusive, a carteira de motorista que tinha tirado nos EUA.
Há três anos, Rubens se envolveu em um acidente de carro, que só teve danos materiais. Como estava sem documentos, ele fugiu do local. “Como estava ilegal, não esperou a polícia chegar e foi embora porque até os documentos do Brasil foram roubados. Estava ilegal mesmo. Pela placa do carro, acharam onde ele morava, levaram intimação para comparecer à Corte, mas não foi, pois ficou com medo de ser preso”, disse a tia.
Em setembro de 2016, Rubens foi preso no metrô ao ser identificado pelo sistema de monitoramento. A tia relatou que o sobrinho, que estava preso na cadeia de Stamford, apresentou um problema mental e foi transferido para uma penitenciária com tratamento psicológico. Uma semana depois, na última quinta-feira (9), ele passou mal.
“Nos contaram que ele foi tomar banho e, como estava demorando, entraram no banheiro e o encontraram desmaiado. Levaram ele para o hospital e, no hospital, constataram que ele tinha dado um aneurisma. O cérebro estava com muito sangue, e iam drenar para ver se ele correspondia ao estímulo. Ele não correspondeu e, na sexta-feira, constataram a morte cerebral dele”, lamentou a tia.
Ajuda para o traslado
Depois de uma campanha feita pelos amigos dele no exterior, a família do carpinteiro conseguiu U$ 9,8 mil em doações. O dinheiro foi usado para custear o traslado do corpo e as despesas com o funeral. Segundo a tia de Rubens, houve muita burocracia para conseguir trazer o corpo do filho. No entanto, com ajuda dos amigos do rapaz no exterior, foi possível arrecadar o valor necessário para o traslado.
Segundo ela, a princípio o governo pagaria U$ 2,4 mil e outros U$ 3,5 seriam quitados com o valor das doações. Mas, depois que a campanha foi realizada, a família custeou todas as despesas e não precisou da ajuda do governo.
“Eles tentaram nos ajudar, mas pela burocracia tínhamos que esperar mais 20 dias para conseguir trazer. Por isso optamos por acabar com esta angústia e já trazer logo o corpo dele para fazermos o velório e o enterro”, disse ao G1.
Família chegou a negociar ajuda do governo do estado para traslado (Foto: Rafael Mesquita/ CBN)