Ao responder as perguntas da sua própria advogada de defesa, ele chorou e afirmou que bebeu excessivamente naquela noite. De acordo com o relato do “Marca”, ele chorou a ponto de ter dificuldade para completar as frases.
Daniel Alves afirmou que não é um homem violento e que não forçou a denunciante a acompanhá-lo ao banheiro.
Além disso, disse que mentiu na primeira versão, quando afirmou que não teve contato nenhum com a mulher do caso, porque não queria que a sua esposa soubesse.
O brasileiro disse que soube pela imprensa que era acusado de estupro e que está praticamente arruinado porque suas contas bancárias foram bloqueadas e ele perdeu contratos no Brasil.
Relato sobre a noite
O brasileiro afirmou que chegou às 2h30 da madrugada na discoteca e que haviam mudado o camarote que ele deveria ocupar. Por razões de segurança, havia um banheiro em uma área reservada da boate.
Ele afirmou que dançou um tempo com duas mulheres, que depois convidaram outras três –entre elas, a denunciante.
Promotora responde
A promotora do caso afirmou que a suposta vítima disse que foi voluntariamente ao banheiro, mas que não sabia o que havia no local.
Ela também afirmou que o relato da denunciante é totalmente verossímil e que há indícios que corroboram com a descrição que ela fez dos eventos daquela noite. Além disso, a suposta vítima não mudou nada em sua história desde o primeiro momento.
Em seguida, a representante do Ministério Público relembrou alguns detalhes do depoimento da mulher: ela disse que Daniel Alves a penetrou pela frente e por trás, ejaculou dentro e fora dela e, quando ela estava no chão, deu tapas em seu rosto e disse que ela era “a putinha dele”.
Para o Ministério Público, nada indica que houve consentimento. Ela teria suplicado para que Daniel Alves parasse, e ele foi violento: deu tapas e puxou o cabelo dela.
Por fim, em sua argumentação, a promotora disse que na saída da boate a denunciante estava sendo consolada e apontava para os próprios joelhos quando Daniel Alves passou por ela e se esquivou, com pressa para ir embora.
Testemunhas já falaram
Vinte e oito testemunhas foram convocadas para os depoimentos entre eles a jovem espanhola que acusa o brasileiro, além do próprio ex-jogador. O Ministério Público pede nove anos de prisão e a denunciante já falou em 12 anos.
Veja abaixo o que aconteceu nos três primeiros dias de julgamento:
Segunda-feira, 5 de fevereiro: Daniel Alves conseguiu a condição de ser o último a depor diante da Justiça espanhola no primeiro dia de julgamento. O ex-jogador, que está em prisão preventiva há mais de um ano, acompanhou a audiência no Tribunal de Barcelona. Ele não foi algemado.
5 de fevereiro de 2024 – Daniel Alves no 1º dia de julgamento na Espanha — Foto: David ZORRAKINO / POOL / AFP