Donald Trump removeu mais uma pedra de seu caminho rumo à disputa pela presidência dos Estados Unidos. Com a saída do governador da Flórida, Ron DeSantis, da corrida interna do partido Republicano pela indicação para a eleição, o governo brasileiro ampliou as análises sobre o que representaria um segundo mandato do ex-presidente na maior potência das Américas.
A diplomacia de Lula não traça prognósticos sobre favoritismos para a disputa entre Jor Biden e Trump. Ao contrário, prevê uma batalha duríssima. Mas já começa a avaliar o que representaria para o Brasil, a América Latina e o mundo uma nova vitória do republicano.
“Por incrível que pareça, Trump é menos imperialista”, diz uma fonte do Planalto. O que isso significa? Para o time de Lula, Trump seria menos intervencionista em questões externas, mas sua vitória teria consequências inescrutináveis para a democracia dos Estados Unidos.
“Se ele (Trump) ganhar, ele se torna um novo polo de rearticulação da extrema direita, hoje carente de referências, com Javier Milei (da Argentina) como protagonista”, avalia um diplomata que atua no Planalto.
“Geopoliticamente, por incrível que pareça, Trump age de maneira menos intensa que os democratas”, segue esta fonte, vendo, por exemplo, o republicano menos interessado em conflitos com a China e com a guerra na Ucrânia, por exemplo.
Questões prioritárias para a humanidade, porém, também perderiam espaço numa eventual nova gestão Trump, em especial a aliança contra a deterioração climática e o compromisso com a luta pela manutenção da democracia em diversos países pelo globo.
“Biden claramente tem um alinhamento maior com as questões contemporâneas, como a agenda climática, de preservação ambiental, e também a briga pela democracia. Ele foi, por exemplo, muito importante para ajudar a conter o impasse na Guatemala (houve ameaça de não reconhecimento das eleições”, conclui o diplomada.