Em entrevista ao Portal 6, profissional comentou sobre as táticas mais usadas e como reconhecer uma possível fraude
Davi Galvão –
Com a tradicional sessão de Classificados dos jornais perdendo o espaço para as novas tecnologias, os anapolinos vêm utilizando, cada vez mais, plataformas digitais na hora de encontrar um emprego. Porém, com as facilidades da era digital, também vieram diversos esquemas e golpes, cada vez mais elaborados, que tentam lesar quem busca uma oportunidade no mercado.
Em entrevista ao Portal 6, Suzane Ferreira, administradora do perfil @empregoanapolis, explicou que uma parte essencial – e exaustiva – do trabalho de divulgar vagas, é justamente conferir, uma por uma, para evitar dar mídia à falsas propostas.
“Nessa área, todo dia a gente escuta uma história nova de alguém que caiu em um golpe, perdeu dinheiro e foi vítima em um desses esquemas, tá ficando cada vez mais comum”, revelou.
Segundo a profissional, esses esquemas podem ser diferenciados em dois tipos: as “vagas fake” e as “vagas golpe”.
No primeiro modelo, a intenção não é, em um primeiro momento, gerar prejuízo financeiro à vítima, mas sim obter dados e informações de contato.
“Essas pessoas pegam as informações de várias pessoas que estão precisando de emprego, fazem uma lista com esses dados e vendem para outras empresas, que oferecem serviços, cursos, quase que como spam. São informações que tem gente que paga muito dinheiro para ter”, explicou.
“Algumas são até bastante criativas, a gente estava vendo alguns clientes reclamando de uma tática que o golpista falava que o candidato tinha sido aprovado e precisava só clicar em um link. Mas era um daqueles links do Kwai, que a pessoa que te manda o link ganha dinheiro quando alguém abre”, exemplificou.
Ainda que essa modalidade não traga uma perda financeira à vítima, frustra diversos candidatos e os fazem perder tempo.
O segundo tipo de fraude são os golpes propriamente em si. Neles, Suzane afirmou que é possível traçar um padrão de como os esquemas são realizados.
“Todos eles envolvem que a pessoa tenha de comprar alguma coisa para garantir a vaga. A maioria fala que [os candidatos] já conseguiram o cargo, mesmo sem ter passado por uma entrevista, e daí precisa comprar um curso profissionalizante, pagar um exame admissional, comprar o uniforme, senão eles perdem a vaga”, afirmou.
Basicamente, para evitar cair nesse tipo de situação, a profissional recomenda alguns passos essenciais na hora de conferir se a oportunidade é real ou se trata de um golpe.
“Nenhuma empresa séria vai falar que você está contratado sem antes passar por uma entrevista, conversar com o gestor, isso não existe”, pontuou.
Ainda segundo ela, anúncios de cargos que exijam pagamento de um curso profissionalizante, uniforme ou similares, a fim de se garantir a vaga, são também golpes.
Além disso, na hora de mandar o currículo, Suzane orienta que não devem ser encaminhados documentos pessoais, que contenham CPF, RG ou outras informações confidenciais.
“Telefone, você pode colocar, endereço não precisa, nem deve ser completo, agora mais do que isso, informações muito pessoais ou de documentos, não devem ser colocadas”, sugeriu.
Outra dica é a de sempre conferir como o anúncio está sendo divulgado: se é de uma marca conhecida, se o e-mail após o “@” é o nome da empresa e, principalmente, estar atento a situações “boas demais para serem verdade”.
“Se tem uma vaga, que não exige ensino superior, com uma carga horária de 6h e um preço muito acima do mercado, obviamente é golpe”, explicou.
Por fim, caso a vítima já tenha sido lesada financeiramente, a especialista afirma que o certo a se fazer é buscar o Procon, pois o órgão pode conseguir reaver os valores subtraídos.
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