Dono dos animais, advogado diz que nascimento despertou a curiosidade dos vizinhos. Médica veterinária afirma que chance desse tipo de gestação é de apenas 0,5%.
Em caso raro, vaca dá à luz bezerros gêmeos de sexos diferentes em Goiatuba — Foto: Danillo Caixeta/Arquivo pessoal
Uma vaca da raça Gir deu à luz bezerros gêmeos de sexos diferentes de uma gestação natural em uma fazenda de Goiatuba, região sul de Goiás. O caso é considerado raro na medicina veterinária. Os dois filhotes – um macho e uma fêmea – têm poucos dias de vida. Eles estão recebendo cuidados especiais e despertaram a curiosidade de vizinhos e até mesmo do dono dos animais, o advogado Danillo Caixeta.
“Não sabia e não imaginava que isso fosse acontecer. Foi a primeira vez que vi algo assim. Todo mundo está muito surpreso”, disse ao G1.
De acordo com Caixeta, os bezerros, que ainda não têm nomes, nasceram no último dia 9. Eles são filhos da vaca leiteira Pintura, uma das 40 que ele cria na propriedade do sogro, o agropecuarista Waldir Chaves, que mantém outras 200 cabeças no terreno.
Como têm poucos dias de vida, os gêmeos ainda estão um pouco fracos, mas conseguem se alimentar normalmente. Por conta da situação, elas são acompanhadas de perto.
“Os funcionários da propriedade estão tendo uma atenção especial com eles, cuidando com mais carinho. Os dois se tornaram o xodó da fazenda”, revela.
Bezerros estão sendo acompanhados por veterinário, em Goiatuba — Foto: Danillo Caixeta/Arquivo pessoal
Raridade
Segundo a médica veterinária Carolina Berteli, esse é um tipo de gestação natural considerado difícil de acontecer. “O parto de gêmeos em bovinos é pouco comum, ainda mais sendo filhotes de sexo diferentes. Há relatos na literatura que essa ocorrência tenha, aproximadamente 0,5% chances de acontecer”, explica.
Ela destaca ainda que o bezerro nessa condição tem quase 95% de probabilidade de possuir uma anomalia congênita denominada Freemartismo. Esse tipo de situação, em geral, provoca algumas sequelas. A principal delas, no caso da fêmea, é torna-la estéril.
“Os animais compartilham uma mesma placenta. Assim, os fluídos dos dois fetos se misturam, provocando uma troca de sangue, hormônios e antígenos que carregam características que são únicas para cada sexo”, pontua.
O advogado disse que um cunhado, que é veterinário, também monitora a situação. Ele disse que, se confirmada a anomalia, os animais serão criados para a pecuária de corte.