O incidente aconteceu em pleno voo da Alaska Airlines na noite sexta-feira (5). Logo após o avião decolar de Portland, a porta — uma saída de emergência extra que não era utilizada pela aeronave (leia mais abaixo) — se desprendeu da aeronave. Apesar do susto, ninguém ficou ferido — não havia nenhum passageiro no assento ao lado da porta que se soltou.
Na noite de segunda-feira (8), Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB), responsável pela investigação do caso, disse que os quatro parafusos que deveriam ser instalados na porta para impedir que ela se movesse não foram encontrados.
Por isso, o conselho levantou a dúvida se os parafusos chegaram a ser instalados, segundo o engenheiro do NTSB Clint Crookshanks. “Ainda não recuperamos os quatro parafusos que impedem o movimento vertical, e ainda sabemos se eles estavam lá”, disse.
A porta que se desprendeu de um Boeing 737 Max-9 da Alaska Airlines foi encontrada no quintal de um professor na cidade de Portland, em 8 de janeiro de 2024. — Foto: Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos via AP
“Nossa equipe de estruturas vai querer examinar tudo na porta. Todos os componentes para analisar, marcas, tinta e em que estado a porta estava quando encontrada. Isso pode dizer muito sobre o que ocorreu”, afirmou.
A possibilidade de os parafusos não estarem corretamente colocados ou não terem sido instalados aumentou as pressões sobre a Boeing. Nesta terça-feira, a fabricante reunirá todos os seus funcionários em reuniões on-line para discutir medidas de segurança.
Uso de aeronaves suspenso
Agência dos EUA determina suspensão de voos com alguns modelos do Boeing 737 Max 9
Após o incidente, a agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) ordenou que mais de 171 aeronaves do modelo, o Boeing 737 Max 9, tivessem os voos cancelados em todo o mundo para uma revisão.
Na segunda-feira (8), a FAA decidiu proibir as aeronaves de voar que as companhias aéreas que utilizam o modelo concluam as inspeções nas portas de emergência.
As autoridades também afirmaram que não foi possível recuperar a gravação de voz da cabine do Boeing 737 Max 9, uma vez que os dados foram sobrescritos. Isso significa que os dados não foram recuperados em um intervalo de até duas horas, que é quando a gravação reinicia, e os dados anteriores são apagados — como manda a legislação norte-americana.
‘Gostaríamos de descer’: piloto de avião declara emergência após porta ejetar; ÁUDIO