A informação foi confirmada pelo Exército sírio, que chegou a negar a invasão após ela ser anunciada pelo comandante rebelde Hassan Abdul Ghany, que também afirmou ter libertado centenas de detentos da prisão central da cidade, em uma publicação no X.
A televisão Al Jazeera transmitiu o que disse serem imagens da invasão – com os rebeldes se encontrando com civis perto de uma rotatória, enquanto outros dirigiam veículos militares e ciclomotores.
Rebeldes dirigem tanque na província de Aleppo, na Síria, em 29 de novembro de 2024 — Foto: REUTERS/Mahmoud Hasano
Segundo o Exército sírio, os rebeldes entraram em Hama após intensos confrontos e a decisão de se deslocar para fora da cidade foi tomada “para preservar vidas civis e evitar combates urbanos”.
“As nossas Forças Armadas travaram batalhas ferozes para repelir e frustrar os ataques violentos e sucessivos lançados por organizações terroristas sobre a cidade de Hama. (…) Durante as últimas horas, com a intensificação dos confrontos entre os nossos soldados e grupos terroristas e o aumento do número de mártires nas fileiras das nossas forças, estes grupos conseguiram penetrar e entrar em diversas áreas da cidade”, diz comunicado emitido pelo Comando Geral do Exército e das Forças Armadas.
Em uma declaração em vídeo enviada após a invasão, o líder rebelde mais poderoso, Abu Mohammed al-Golani, pediu ao primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, que não permita que as Forças de Mobilização Popular (PMF), alinhadas ao Irã, intervenham na Síria.
Golani diz ainda na mensagem que os combates na Síria não irão se expandir para o Iraque e que as forças rebeldes querem manter relações econômicas e políticas estratégicas com Bagdá depois de derrubar o regime atual.
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Localizada a 210 quilômetros a norte de Damasco, Hama é uma localidade estratégica para o governo de Assad, uma vez que controla a estrada que leva à capital Damasco.
Hama permaneceu nas mãos do governo durante toda a guerra civil, que eclodiu em 2011 como uma rebelião contra o presidente Bashar al-Assad. A cidade fica a mais de um terço do caminho entre Aleppo e Damasco e sua captura abriria caminho para um avanço rebelde em Homs, a principal cidade do centro do país, que funciona como uma encruzilhada que conecta as regiões mais populosas da Síria .
Hama também é fundamental para o controle de duas grandes cidades com grandes comunidades religiosas minoritárias: Muhrada , lar de muitos cristãos , e Salamiya, onde há muitos muçulmanos ismaelitas.
De acordo com um morador cuja família continua na cidade, dentro de Hama, a internet foi cortada e as ruas esvaziadas já na quarta-feira (4).