A FDI disse em comunicado que soldados e jatos deram apoio à entrada dos tanques, o que resultou na morte de cerca de 30 soltados do Hamas e a destruição de “grandes quantidades de estrutura” do grupo terrorista na região.
Israel e Hamas estão em guerra desde o dia 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista atacou o território israelense deixando cerca de 1.200 mortos. Em resposta, as Forças de Defesa de Israel realizam uma ofensiva na Faixa de Gaza para eliminar o grupo, o que causou a morte de quase 35 mil palestinos até o momento, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Para justificar a invasão na cidade, Israel afirma que Rafah é o último bastião do Hamas na Faixa de Gaza e, portanto, o último front de batalha para completar sua guerra contra o grupo terrorista.
A FDI informou ainda nesta quarta que eliminou o comandante da Unidade Naval do Hamas, Ahmed Ali, em bombardeio em Rafah realizado em operação conjunta com o Serviço de Segurança Interna de Israel (ISA), com base em informações da Marinha israelense e do ISA.
Durante a guerra, Ahmed Ali foi responsável por ataques ao território israelense e contra tropas terrestres de Israel operando em Gaza, intensificados na semana passada, segundo a FDI.
Tanques das Forças de Defesa de Israel (FDI) entram em Rafah, na Faixa de Gaza. — Foto: Reprodução/FDI
Os Estados Unidos, maior aliado de Israel, são contra uma operação em larga escala do exército israelense em Rafah porque não houve um plano humanitário adequado para a população que se refugiou na cidade durante a guerra, segundo o porta-voz da Secretaria de Estado, Matthew Miller.
Operação terrestre
Nesta terça-feira (7), Israel tomou o controle do lado palestino da travessia de Rafah, na cidade palestina que faz fronteira com o Egito no sul de Gaza e é o último refúgio de mais de 1 milhão de refugiados da guerra. De acordo com a agência Reuters, tanques israelenses bloquearam a passagem.
Tanque israelense derruba placa com inscrição “eu amo Gaza” durante incursão a Rafah
Entre as imagens que marcaram a invasão israelense a Rafah, um tanque de guerra atropelou e destruiu uma placa com a inscrição “I love Gaza” (eu amo Gaza, em inglês). O vídeo foi gravado pelos próprios militares das Forças de Defesa de Israel. (Veja acima)
O local é considerado o último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos de todas as regiões da Faixa de Gaza que tiveram que abandonar suas casas e migrar para o sul por conta da guerra — a campanha militar israelense iniciou ataques ao norte do território e seguiu ao sul.
Tanques israelenses tomam controle do lado palestino da travessia de Rafah — Foto: Reuters
Porta de entrada de ajuda
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023, a cidade serviu como o principal ponto de comunicação de Gaza com o restante do mundo.
Rafah tem servido como a porta de entrada da maior parte da ajuda humanitária para os palestinos, e foi ponto saída dos estrangeiros que estavam em Gaza e recebiam autorização para deixar o território — além de reféns libertados pelo Hamas durante o cessar-fogo de novembro de 2023.
Com o avanço da guerra, Rafah começou a receber muitos refugiados e viu sua população explodir de cerca de 280 mil pessoas para 1,5 milhão, que se alocaram provisoriamente em tendas.
Último refúgio
Por meio de um comunicado nas redes sociais, Israel pediu para que os moradores deixem a região leste de Rafah e se dirijam a Al-Mawasi, uma cidade vizinha, também na Faixa de Gaza, onde Israel disse ter criado uma zona humanitária com hospitais de campanha, tendas, alimentos e água.
O governo local, controlado pelo Hamas, afirmou que as tropas israelenses fizeram nesta segunda-feira os primeiros bombardeios à cidade, na parte leste.
Há semanas, as Forças Armadas de Israel vêm preparando a entrada em Rafah, onde Israel afirma que o Hamas tem seu último reduto dentro da Faixa de Gaza. No entanto, a cidade, na fronteira com o Egito, é também o último refúgio para palestinos que fugiram de suas cidades no norte, no centro e até no sul do país ao longo da guerra.
Atualmente, cerca de 1,5 milhão de palestinos, mais da metade da população total da Faixa de Gaza, estão na cidade.
Proposta de cessar-fogo
De acordo com a agência Reuters, uma autoridade de Israel afirmou que os termos da proposta foram suavizados pelo Egito e que Tel Aviv não pode aceitá-lo. Ele disse que, aparentemente, o Hamas teria aceitado o cessar-fogo para que os israelenses sejam vistos como a parte que se recusa a chegar a um acordo.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou que o país está ainda estudando como vai responder à proposta, mas que por ora eles vão seguir operando na Faixa de Gaza.
Houve comemoração de palestinos em Rafah após a notícia sobre um ossível cessar-fogo. Mas o gabinete de guerra de Israel não recuou em seus planos de bombardear a cidade, deslocar sua população e realizar uma incursão por terra.
O gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta do Egito e do Catar está “longe das demandas essenciais de Israel”, mas que mesmo assim enviará negociadores ao Cairo para continuar as conversas sobre um acordo de cessar-fogo.