O primeiro ataque, que matou 12 pessoas, ocorreu no gabinete de um candidato eleitoral independente no distrito de Pishin. A segunda explosão foi em Qilla Saifullah, uma cidade perto da fronteira com o Afeganistão, que detonou perto de um escritório do Jamiat Ulema Islam — um partido religioso que já foi alvo de ataques, segundo autoridades locais.
Até a publicação desta matéria, a polícia local não informou quem estava por trás dos ataques. Vários grupos, incluindo o talibã e coletivos separatistas do Baluchistão, opõem-se ao Estado paquistanês e realizaram diversos ataques nos últimos meses.
O hospital Khanzai, próximo ao local da explosão em Pishin, informou haverem mais de 12 feridos. O vice-comissário do distrito de Pishin, Jumma Dad Khan, por sua vez, disse que a explosão feriu mais pessoas.
Os ataques ocorreram no momento em que os partidos políticos estão em período de silêncio, como exigido pelas regras eleitorais, visto que a eleição ocorrerá amanhã.
Soldados paramilitares montam guarda ao longo de uma estrada, antes das eleições gerais em Karachi, Paquistão — Foto: REUTERS/Akhtar Soomro
O Paquistão vai às urnas no meio do aumento dos ataques de grupos rebeldes nos últimos meses e da prisão de Imran Khan, o vencedor das últimas eleições nacionais, além de outros problemas que ameaçam o país, como a crise econômica e as armas nucleares.
As autoridades disseram que estão aumentando a segurança nas seções eleitorais.
Disputa política
O ex-primeiro-ministro Imran Khan pediu para que seus apoiadores se encontrassem após votarem. Pedido esse que preocupa as autoridades, já que seus apoiadores podem provocar tumultos, por argumentarem que houve repressão por parte dos militares contra o candidato e seu partido.
As autoridades locais negam qualquer interferência nas eleições deste ano.
“Incentivo o número máximo de pessoas a votar (…) e depois ficar pacificamente fora do Returning Officer’s (órgão responsável por supervisionar a eleição) até que os resultados sejam anunciados”, disse Khan, no X (antigo Twitter).
Nawaz Sharif, o nome favorito para essa eleição, realizou um grande comício na cidade de Kasur, no leste do Paquistão, com seu irmão, o ex-primeiro-ministro Shehbaz Sharif, que pediu para milhões de pessoas não apoiarem Khan, que atraiu o apoio de vários jovens da região.
“Não se apaixone por ele”, disse Sharif.
A votação começa na quinta-feira às 8h (meia-noite, no horário de Brasília), com quase 18 mil candidatos para as 266 vagas eleitas diretamente no Parlamento nacional e as 749 das quatro assembleias provinciais.