A cultura sul-coreana demonstra um fascínio peculiar pelo apocalipse, tema amplamente explorado com criatividade em seu cinema. “Invasão Zumbi” é um exemplo marcante, transformando uma simples viagem de trem em uma luta desesperada pela sobrevivência durante um surto de zumbis. Esse filme não somente capturou a imaginação do público, mas também motivou cineastas sul-coreanos a aprofundar-se no gênero apocalíptico.
Na mesma linha, “Em Ruínas”, de Heo Myeong-haeng, na Netflix, apresenta uma nova distopia. A trama se desenvolve em território sul-coreano e aborda questões de alcance global. Centra-se em Yang Gi-su, um cientista cuja tentativa desesperada de reviver sua filha desencadeia consequências catastróficas. Mesmo com a intervenção policial, a situação escapa ao controle, levando os sobreviventes a combaterem criaturas mutantes em um mundo arruinado.
Com a civilização em colapso, personagens como Choi Ji-wan ilustram a luta pela sobrevivência em um ambiente que testa a humanidade ao extremo. A narrativa intensifica-se com a entrada de Nam-san, figura reminiscente dos heróis de ação, enfrentando as ameaças desse novo mundo, incluindo canibais e seguidores do cientista inescrupuloso.
O contraste entre desesperança e a determinação em persistir é evidente, com personagens como Choi Ji-wan e Nam-san simbolizando a resiliência humana em um cenário desolador. A decisão de poupar uma vida, como a do gato laranja, em meio à devastação, representa um lampejo de humanidade e compaixão que perdura até nas mais sombrias circunstâncias. O filme vai além de um mero thriller de ação ou terror, provocando reflexões sobre moralidade, ética e o verdadeiro significado da humanidade em momentos de crise.
Filme: Em Ruínas
Direção: Heo Myeong-haeng
Ano: 2024
Gêneros: Ação
Nota: 8/10