“O governo brasileiro reitera o firme repúdio a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, sobretudo aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica”, diz a nota. “(O governo brasileiro) Deplora também as mortes de civis e trabalhadores de saúde palestinos e os danos causados por ação militar das últimas semanas, que resultou na destruição do hospital Al-Shifa, em contexto no qual a assistência médica à população de Gaza é fundamental”.
O ataque, que Israel chamou de acidental, atingiu dois veículos da ONG, uma das mais atuantes na Faixa de Gaza desde o início da guerra, quando os carros passavam por uma estrada sem conflitos. A equipe voltava do norte de Gaza, onde havia entregado um carregamento de alimentos levados a Gaza por um barco na semana anterior, quando foi atingida por um bombardeio.
Os integrantes da ONG vestiam coletes com a devida identificação, e o teto dos veículos tinha o logotipo e o nome da World Central Kitchen impressos (veja imagem acima). A organização foi criada pelo chef espanhol José Andrés, muito famoso nos Estados Unidos por aparecer em diversos programas de TV e por já ter sido condecorado pelo ex-presidente Barack Obama.
“(O governo brasileiro) reitera a importância do cumprimento da demanda de um cessar-fogo imediato contida na resolução 2728 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 25 de março”, diz a nota do Itamaraty.
Investigação
Israel: 57% acham condução da guerra por Netanyahu ruim
Também nesta quinta, o governo de Israel anunciou que o Exército do país está conduzindo uma investigação própria sobre o erro que levou ao bombardeio à equipe de ajuda humanitária.
No entanto, o resultado da investigação só deve sair “nas próximas semanas”, segundo a porta-voz do governo Raquela Karamson.
Pressão sobre aliados
Mortes de integrantes de ONG aumentam pressão sobre aliados de Israel
O ataque aos integrantes da World Central Kitchen também fizeram crescer a pressão sobre aliados de Israel e países que fazem operações comerciais no ramo bélico.
Nesta quinta, três ex-juízes da Suprema Corte do Reino Unido, em carta com outros 600 juristas britânicos, exigiram que o governo de seu país deixe de vender armas a Israel.