O homem trabalhava há oito anos no local, realizando serviços braçais sem receber qualquer pagamento

Idoso resgatado em situação de maus-tratos (Foto: Reprodução)
Um idoso de 75 anos foi resgatado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) em uma propriedade rural em Hidrolândia, onde vivia em condições degradantes, sem remuneração e em situação análoga à escravidão. A operação “Alforria” foi deflagrada na segunda-feira (31) após denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO).
De acordo com as investigações, o homem trabalhava há oito anos no local, realizando serviços braçais sem receber qualquer pagamento. Ele vivia em condições insalubres, sem acesso a banheiro, dormia em um ambiente sem luz elétrica e não recebia alimentação adequada.
Durante a ação, os policiais encontraram o idoso trabalhando no quintal da propriedade, utilizando apenas uma pá e um carrinho de mão. Sua moradia era um cômodo separado da casa principal, infestado por animais, como galinhas e cães, e com carne em estado de decomposição, o que agravava o risco à saúde.
O delegado Sérgio Henrique Alves, responsável pelo caso, destacou que a fazenda é localizada em uma região de difícil acesso e que o idoso sofria maus-tratos. Segundo ele, o homem apresentava problemas de saúde, como dores na coluna, agravados pelas condições degradantes a que era submetido.
O dono da propriedade foi autuado em flagrante por submeter o idoso a condições análogas à escravidão. Ele foi levado à delegacia, mas posteriormente liberado após pagar fiança.
A Polícia Técnico-Científica realizou perícia no local para comprovar as condições de insalubridade. O idoso foi encaminhado para assistência social e deve receber acompanhamento médico e psicológico.
O que é trabalho análogo à escravidão?
A legislação brasileira considera trabalho análogo à escravidão não apenas a privação de liberdade, mas também situações em que o trabalhador é submetido a:
- Jornadas exaustivas
- Condições degradantes
- Servidão por dívida
- Restrição de locomoção
O MPGO e a PCGO continuam as investigações para apurar se há outras vítimas na região.
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