A torre, de 54 metros, que tinha o formato de caudas de quatro dragões entrelaçadas em espiral, havia sido encomendada pelo rei Cristian IV e construída entre 1619 e 1640. As cenas lembraram a destruição do teto da catedral de Notre-Dame, em Paris, em 2019.
O edifício é uma das construções mais antigas de Copenhague e passava por obras de restauração. O local abrigava diversas obras de arte e peças de valor histórico. Ainda não há informações sobre as causas do incêndio.
Torre de prédio histórico de Copenhague é envolto pelas chamas antes de desabar em incêndio — Foto: Ida Marie Odgaard/Ritzau Scanpix via AP
O prédio, próximo do Parlamento da Dinamarca, abrigou a sede da Bolsa de Copenhague até a década de 1970 e é atualmente a sede da Câmara de Comércio Dinamarquesa.
A polícia isolou parte do centro da capital, para ajudar os bombeiros na operação de combate às chamas.
Bombeiros, funcionários da Câmara de Comércio — incluindo o seu CEO, Brian Mikkelsen — e até populares eram vistos nas ruas carregando grandes pinturas para longe do incêndio, em uma corrida para salvar o maior número de peças do fogo.
“Estamos salvando tudo o que podemos”, disse o chefe do corpo de bombeiros, Jakob Vedsted Andersen.
“Estamos diante de um cenário terrível”, afirmou a Câmara de Comércio, em nota.
Prédio da Antiga Bolsa de Valores de Copenhague, na Dinamarca, antes do incêndio — Foto: Reprodução/Google Street View
Dragões no teto
O edifício foi construído originalmente, no século 17, para abrigar tendas onde se vendiam mercadorias como chá e especiarias.
“Pensava-se que muito ouro seria trazido para a Dinamarca, e por isso eles colocaram imagens de dragões no teto, pois eles são conhecidos por proteger o ouro”, explica a pesquisadora Ulla Kjaer, do Museu Nacional da Dinamarca.
A espiral também possuía, três coroas no topo, simbolizando os reinos da Dinamarca, Noruega e Suécia.
“Essa espiral é absolutamente icônica e não há outra parecida no mundo”, diz Kjaer.
A presença de imagens de dragões no teto é vista como uma proteção simbólica contra os inimigos e também contra o fogo, segundo a explicação fornecida pela Câmara de Comércio em seu site.
“Uma parte importante da nossa herança arquitetônica estava e ainda está em chamas”, escreveu o rei Frederik em sua conta no Instagram. “Por gerações, a espiral característica em forma de dragão ajudou a caracterizar Copenhague como ‘a cidade das torres’.”