A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou o território israelense, matou 1.200 pessoas e sequestrou cerca de 250 –acredita-se que hoje ainda restam cerca de 130 reféns israelenses levados para a Faixa de Gaza.
Segundo as autoridades de Saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, quase 35 mil palestinos morreram desde então e 77 mil foram feridos.
No entanto, as negociações não avançaram, e cada um dos lados culpa o outro pelo impasse.
Veja abaixo o que dizem o Hamas e Israel sobre o fracasso das negociações.
O que diz o Hamas
O Hamas quer que Israel acabe com a guerra na Faixa de Gaza, liberte palestinos prisioneiros em casas de detenção em Israel e, em troca, promete libertar os reféns que eles ainda mantêm sequestrados na Faixa de Gaza.
Em um comunicado, o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que o grupo ainda quer chegar a um acordo de cessar-fogo abrangente que incluiria o fim da “agressão” de Israel, com garantias de que as forças israelenses deixariam a Faixa de Gaza e uma troca de reféns do Hamas por prisioneiros palestinos que estão em centros de detenção em Israel.
Haniyeh diz que a culpa pela agressão contínua e a expansão do conflito é de Netanyahu, que estaria sabotando as tentativas de acordo feitas pelos mediadores.
Segundo uma fonte da agência de notícias Reuters, inicialmente Israel havia dado sinal de que aceitaria um cessar-fogo de algumas semanas e que iria libertar centenas de prisioneiros palestinos que estão detidos em casas de detenção em Israel em troca da libertação de 20 a 33 que o Hamas sequestrou.
No entanto, no domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a meta do país dele é desarmar e acabar com o Hamas, e que sem isso o futuro de Israel está em perigo.
Ele disse que está disposto a suspender a guerra em troca da libertação dos reféns e que Israel demonstrou disposição (para chegar a um acordo), mas que o Hamas ainda está “entrincheirado em posições extremistas”. Ele cita as demandas de que os israelenses tirem todas as forças da Faixa de Gaza, acabem com a guerra e deixem o Hamas no poder, o que Israel não poderia aceitar.
A possibilidade de uma ação em Rafah
“Estamos notando sinais preocupantes de que o Hamas não tem intenção de chegar a um acordo conosco, o que significa que ações militares intensas em Rafah e no resto da Faixa de Gaza vão começar no futuro muito próximo”.
As primeiras etapas da guerra na Faixa de Gaza aconteceram no norte do território. Para fugir da violência, cerca de um milhão de palestinos se refugiaram em Rafah, a maior cidade no sul da Faixa.
Há meses que Israel diz ter planos para enviar forças à Rafah. O governo de Israel afirma que combatentes do Hamas se esconderam lá e que pode haver reféns sequestrados na região.
No entanto, uma incursão militar em Rafah seria muito arriscada. O escritório humanitário da ONU afirmou na sexta-feira que uma invasão israelense na cidade iria colocar em risco as operações de ajuda em todo o território.
O Exército israelense anunciou neste domingo o fechamento da passagem Kerem Shalom que dá acesso à Faixa de Gaza – e por onde entra a ajuda humanitária – após um ataque com foguetes.
Os Estados Unidos, um aliado de Israel, já afirmaram que são contrários a uma operação militar em Rafah.
Diretor da CIA
O diretor da CIA, William Burns, que estava no Cairo, foi para Doha, no Catar, para se reunir com o primeiro-ministro do país, segundo a agência de notícias Reuters.
O governo dos EUA pede para que o Hamas chegue a um acordo.