Os drones vão demorar horas para alcançar o território israelense, o que não havia acontecido até a última atualização desta reportagem.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Daniel Hagari, e a Guarda Revolucionária do Irã confirmaram a informação.
Segundo o Canal 12, de Israel, o Irã lançou dezenas de drones e mísseis, num total de cerca de cem artefatos. Alguns teriam sido derrubados pelas Forças israelenses quando sobrevoavam a Síria e a Jordânia – antes, portanto, de chegarem ao espaço aéreo do país. A previsão é que os drones cheguem a Israel às 20h deste sábado (ou 2h da madrugada deste domingo no horário local). As IDF afirmam que foram mais de cem drones, mas não falou sobre o número de mísseis.
Trata-se de uma retaliação depois de um bombardeio no dia 1º de abril contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, em que um comandante sênior das Guardas Revolucionárias do Irã foi morto. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse que “os avisos necessários foram dados aos Estados Unidos” sobre o ataque de retaliação. Após o Irã colocar os drones no ar, a Casa Branca afirmou que o ataque vai se desenrolar durante horas.
Três fontes da agência de notícias Reuters no Iraque afirmaram que viram mais de 20 drones voando na região de Sulaymaniya vindos da direção do Irã.
Segundo o Flightradar, um site que monitora a aviação, os espaços aéreos de Israel, Jordânia, Iraque e Líbano estão fechados.
O que se sabe sobre o ataque do Irã
- O Irã enviou drones para atacar o território de Israel neste sábado.
- Os drones podem demorar horas para chegar até o alvo.
- Pessoas no Iraque, país vizinho do Irã que fica no caminho para Israel, afirmam que viram mais de 20 drones nos ares.
- As forças de defesa israelenses afirmaram que estão preparadas para o ataque.
- O ataque é uma retaliação do Irã contra Israel: em 1º de abril, a embaixada iraniana na cidade de Damasco, na Síria, foi atingida, e sete pessoas morreram —entre elas, um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã.
As IDF afirmaram que estão em alerta máximo e monitoram constantemente a situação operacional. “O conjunto de defesa aérea está em alerta máximo, juntamente com os caças e os navios da Marinha israelense que estão em missão de defesa no espaço aéreo israelense. As IDF estão monitorando todos os alvos”, diz a nota.
No fim, elas pedem para que as pessoas em Israel sigam instruções do comando e os anúncios oficiais das forças.
Antes mesmo do ataque, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel estava de prontidão para um ataque direto do Irã e que responderia da mesma forma.
“Nossos sistemas de defesa estão em prontidão e estamos preparados para qualquer cenário”, disse ele.
Daniel Hagari, o porta–voz das IDF, afirmou que o país está se defendendo com toda sua força e que essa é uma missão que eles estão determinados a cumprir.
O ministro de Defesa do Irã, Mohammad Reza Ashtiani, afirmou que eles vão atacar qualquer país que abrir seu espaço aéreo para Israel poder retribuir contra o território iraniano.
Na ONU, representantes do Irã afirmaram que esse é um conflito entre eles e Israel, e que os Estados Unidos devem manter distância da disputa.
Israel já vinha se preparando há dias
Imagem da cidade de Tel Aviv na noite do dia 13 de abril de 2024, quando o Irã enviou drones para atacar Israel — Foto: Reprodução vídeo/Reuters
O país já estava se preparando e “monitorando de perto um ataque planejado” de Irã ou um de seus grupos aliados há dias, disse o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant.
Gallant disse ainda que as tropas israelenses devem acatar quaisquer ordens que possam ser emitidas pelo Comando da Frente Interna militar, que mapeia mísseis recebidos e outras ameaças aéreas para que o público saiba se deve se abrigar.
O comando da Frente Interna das Forças de Defesa (IDF, em inglês) de Israel proibiu reuniões de mais de 1.000 pessoas em todo o país.
Irã dispara drones contra Israel — Foto: Arte/g1
Apreensão de navio
Um helicóptero das forças especiais da Marinha da Guarda abordou o navio de carga português, chamado MSC Aries, e o levou para águas territoriais do Irã. Segundo a Guarda Revolucionária, a embarcação está “ligada a Israel”.
A MSC, que opera o Aries, confirmou a apreensão e disse que trabalha com as autoridades competentes para o regresso seguro do navio e o bem-estar dos seus 25 tripulantes.
Em rede social, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Teerã pratica pirataria e que deveria ser sancionado por isso.
Irã diz ter apreendido ‘navio ligado a Israel’
“O regime do aiatolá de Khamenei é um regime criminoso que apoia os crimes do Hamas e que está conduzindo uma operação pirata que viola o direito internacional”, disse Katz no X.
“Apelo à União Europeia e ao mundo livre para que declarem imediatamente o corpo da Guarda Revolucionária Iraniana como uma organização terrorista e para que sancionem agora o Irão.”
Já o porta-voz militar de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, disse que “o Irã sofrerá as consequências por escolher agravar ainda mais esta situação”.
A MSC aluga o navio Aries da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, disse a Zodiac em comunicado. De acordo com a empresa, a MSC é responsável por todas as atividades do navio. A Zodiac é parcialmente propriedade do empresário israelense Eyal Ofer.
Helicóptero passa sobre o navio MSC Aries — Foto: AFP/Divulgação
Escalada de tensão
A crise começou depois que autoridades iranianas acusaram Israel de um bombardeio ao consulado do país na Síria, que matou um comandante e outros seis oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana. O governo israelense não assumiu a autoria.
Os EUA posicionaram navios de guerra para proteger Israel.