Em poucas horas, o Parlamento foi fechado e centenas de manifestantes se reuniram nas ruas para protestar contra a medida.
Abaixo, confira a cronologia dos principais momentos após o decreto e as reações por todo o país.
10h30 – Presidente declara lei marcial
Por volta das 10h30 desta terça-feira (3), o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, decretou lei marcial no país. Ao fazer o anúncio, ele argumentou que quer “limpar” o território de aliados da Coreia do Norte.
Yoon também afirmou que, na vigência da lei, ele iria “reconstruir um país livre e democrático”.
A lei marcial restringe o acesso a direitos civis e substitui a legislação normal por leis militares, como limitações e controle da imprensa, ao Parlamento e às forças policiais. Todas as atividades políticas, incluindo manifestações, foram proibidas. Sites de notícias do país também relataram instabilidades em seus portais.
10h45 – Oposição se pronuncia e convoca deputados ao Parlamento
Poucos minutos após o anúncio do governo sul-coreano, a oposição convocou os deputados para o Parlamento e se pronunciou sobre a medida.
O líder da oposição, Lee Jae-myung, afirmou que a declaração da lei marcial é inconstitucional e que o parlamento tentaria anular a medida.
11h05 – Acesso ao Parlamento é bloqueado
O acesso ao Parlamento foi fechado após a imposição da lei marcial e forças especiais da polícia foram enviadas para o local para conter manifestantes.
Apoiadores do partido de oposição da Coreia do Sul se reuniram em frente ao Parlamento pedindo a revogação da lei marcial declarada pelo presidente.
Mesmo com o bloqueio, deputados conseguiram entrar no plenário.
Manifestantes protestam em frente ao Parlamento da Coreia do Sul, em Seul, após presidente do país anunciar lei marcial, em 3 de dezembro de 2024. — Foto: Kim Hong-Ji/ Pool via AP
12h10 – Militares tentam entrar no Parlamento
Após o bloqueio do acesso à Assembleia Nacional, militares foram flagrados tentando entrar no prédio.
Imagens de televisão captaram o momento em que tropas, aparentemente encarregadas de impor a lei marcial, chegaram ao prédio da Assembleia e assessores parlamentares tentaram afastar os soldados usando extintores de incêndio.
A equipe do principal partido de oposição da Coreia do Sul, o Partido Democrata, montou uma barricada com sofás e outros móveis para bloquear a entrada de soldados na sede do Legislativo.
A equipe do principal partido de oposição da Coreia do Sul , o Partido Democrata, montou uma barricada para bloquear soldados na Assembleia Nacional — Foto: Yonhap via REUTERS
13h00 – Deputados derrubam a lei marcial
Em uma sessão de urgência, os deputados que conseguiram entrar na Assembleia Nacional aprovaram a derrubada da lei marcial.
A votação aconteceu quase três horas após o anúncio do presidente. A aprovação foi unânime pelos 190 deputados presentes. O Legislativo sul-coreano tem um total de 300 cadeiras.
Após o anúncio, centenas de pessoas foram à praça em frente à Assembleia Nacional do país, na capital Seul, onde, segundo a imprensa local, forças militares já começaram a tomar o controle. Depois da votação, vários manifestantes celebraram a aprovação da derrubada da lei e pediram a prisão do presidente.
As forças especiais que haviam entrado na Assembleia Nacional foram vistas deixando o local, segundo a imprensa do país.
O líder da oposição, Lee Jae-myung, disse após a votação emergencial que a lei marcial é inválida e que, por isso, qualquer pessoa atuando sob essa medida está descumprindo a lei do país.
16h30 – Presidente diz que vai revogar lei marcial
Em um comunicado, Yoon Suk Yeol afirmou que vai fazer uma reunião de gabinete para tratar do assunto.
Helicópteros são vistos pousando no Parlamento da Coreia do Sul