O novo giro pelos países vizinhos inclui ainda visitas ao Chile, em maio, e Bolívia, em data a definir. Um encontro bilateral com o presidente chileno Gabriel Boric também está previsto para a ocasião.
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Plano de integração sul-americana
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, deve participar da comitiva, tanto para a Colômbia, como para o Chile. Tebet faz, nesse primeiro semestre de 2024, uma série de viagens pela América do Sul em função do plano de Integração Sul-Americana.
O projeto “Rotas para a Integração” inclui 124 iniciativas comandadas pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e é visto como um dos projetos mais ambiciosos do governo Lula 3. O plano é uma das prioridades do governo em 2024.
Os cinco eixos das Rotas incluem diferentes formas de integração bilaterais ou trilaterais, entre o Brasil e países da América do Sul.
As agendas internacionais de Lula e Tebet vão ao encontro do que o presidente cobrou na reunião ministerial da última segunda-feira no Palácio do Planalto: mais entregas de obras e programas do governo.
A rodada de viagens tem se intensificado neste primeiro semestre porque, nos bastidores, o governo avalia que o segundo semestre do ano deverá ser dedicado às eleições municipais e, dificilmente, a ministra Simone Tebet poderá aproveitar o peso da presença de Lula nos encontros e viagens internacionais pela América do Sul.
Na segunda-feira (18), após a reunião ministerial, Simone Tebet esteve em Assunção e participou de um debate com o presidente do Paraguai, Santiago Peña.
Segundo o secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, João Villaverde, a agenda das ‘Rotas’ tem avançando bastante. O Paraguai é um dos países que tem articulado junto ao Brasil, principalmente na questão das aduanas integradas, para quando a ponte binacional Brasil-Paraguai ficar pronta (prevista na Rota 4 do projeto para fim de 2025).
Na semana passada, a equipe de Tebet esteve no Porto de Chancay, no Peru, que é o ponto final da Rota 3.
Ainda na mesma semana, a ministra participou da Assembleia Anual dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Punta Cana, República Dominicana. A ministra apresentou as cinco rotas de integração com sete ministros da região: Argentina, Peru, Equador, Colômbia, Uruguai, Chile e Paraguai.
Rotas para a integração
Inicialmente, o plano Rotas para a Integração ficou conhecido como “PAC da integração”, por incluir obras que já estavam na lista do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do governo federal. Entretanto, a mudança no nome se deve, em parte, a ampliação dos objetivos: através das obras que podem aproximar as nações, o Brasil também quer ampliar o comércio e expandir o turismo.
Eixos do programa
A ideia para o plano de integração surgiu em 30 de maio do ano passado, quando presidentes dos países sul-americanos se reuniram em Brasília, a convite de Lula. Na ocasião, os líderes definiram que era necessário discutir melhorias na conexão sul-americana.
O Ministério do Planejamento e Orçamento ficou responsável por conversar com representantes dos 11 estados brasileiros que fazem fronteira com outros países e analisar quais eram as melhorias necessárias para aprimorar a integração e quais obras já estavam incluídas no Novo PAC. A partir de então, foram definidas cinco rotas:
- Rota da Ilha das Guianas: inclui os estados de Amapá e Roraima, e parte do território do Amazonas e do Pará, além da Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela;
- Rota Multimodal Manta-Manaus: inclui o estado do Amazonas e partes de Roraima, Pará e Amapá, interligada por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador
- Rota do Quadrante Rondon: nesta rota estão Acre e Rondônia, além do oeste de Mato Grosso, além da Bolívia e do Peru;
- Rota de Capricórnio: inclui desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada ao Paraguai, Argentina e Chile;
- Rota Porto Alegre-Coquimbo: inclui o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile.