O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou na segunda-feira (18) que a agência reguladora de telecomunicações do país notifique o TikTok para que retire do ar, no prazo de 72 horas, uma série de conteúdos virais após as mortes de duas crianças relacionadas a um desafio que circula na plataforma.
Segundo Maduro, uma menina de 12 anos morreu após ingerir um medicamento seguindo um desafio que viu no TikTok. A outra morte foi de um jovem de 14 anos “que participou desses desafios que estão circulando pelo TikTok”, afirmou o governante, citando o ministro da Educação, Héctor Rodríguez.
Nenhuma autoridade havia confirmado ou dado detalhes sobre os dois casos até a última atualização desta reportagem. Procurado pelo g1, o TikTok ainda não havia se pronunciado sobre a acusação até a última atualização desta reportagem.
“Esta morte recai sobre a plataforma, porque são vocês, TikTok, que estão disseminando isso”, declarou o presidente.
A ordem de Maduro foi dada ao presidente da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) para que comunicasse o TikTok “imediatamente e desse 72 horas para retirar da Venezuela todos esses chamados desafios abusivos e criminosos”.
“Em 72 horas, o TikTok deve responder”, alertou Maduro, acrescentando que, caso contrário, tomará “a medida mais severa contra esta rede social”, sem fornecer mais detalhes.
De acordo com investigações reportadas pela imprensa, a menina — que estava acompanhada por amigos — ingeriu um medicamento utilizado para controlar certos tipos de convulsões e aliviar ataques de pânico, como parte de um desafio onde o primeiro a adormecer perderia.
Bloqueio ao X
Meses depois, a plataforma X foi desbloqueada em operadoras privadas de telecomunicações, mas os clientes da empresa estatal Movilnet ainda não conseguem acessá-la.
Maduro tomou essa decisão após um confronto com o bilionário Elon Musk — proprietário do X — e acusações mútuas na rede social, além do uso da plataforma por opositores e cidadãos para questionar a transparência das eleições.
Musk usou o X para acusar o presidente de um “grande fraude eleitoral”.
Eleições na Venezuela
A oposição alegou ter em mãos pelo menos 84% das atas das mesas de votação, que, segundo afirmaram, confirmavam a vitória do opositor Edmundo González, atualmente exilado na Espanha.
Observadores internacionais questionaram a independência e imparcialidade da autoridade eleitoral e do Tribunal Supremo, que validou o resultado após uma perícia formal solicitada por Maduro.
O presidente desafiou as petições de Estados Unidos, União Europeia e até de aliados de esquerda como Brasil e Colômbia para que publicasse as atas de votação que sustentam o resultado oficial.