Vítima chegou a revelar que havia sido estuprada pelo homem, mas depois mudou versão e responsabilizou suposto colega de escola
Augusto Araújo –
Após a prisão de um padrasto que engravidou a enteada, de 12 anos, em Anápolis, novos detalhes a respeito do envolvimento da mãe da adolescente foram revelados.
Ao Portal 6, a delegada Aline Lopes, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), afirmou que a mulher, de 31 anos, aparentava realmente acreditar na inocência do marido, de 49.
“Eles já possuíam um relacionamento de muito tempo, tendo até mesmo filhos em comum. O padrasto também não tinha nenhum tipo de histórico policial e negou todas as vezes que tinha cometido os abusos, chegando a até oferecer o próprio material genético na delegacia”, destacou.
Além disso, o próprio depoimento da adolescente pode ter gerado essa confusão. Isso porque ela mudou a versão ao longo da investigação.
Segundo a delegada, a denúncia chegou à DPCA em novembro de 2023, momento este em que a vítima estava grávida a cerca de sete a oito meses, e afirmou que tinha sofrido abusos por parte do padrasto.
Diante disso, o homem chegou a ser afastado do convívio familiar, com uma medida protetiva. No entanto, três dias depois, a adolescente negou a primeira versão, apontando que teria mentido, alegando que fez aquilo pois o suspeito estaria “pegando no pé dela”, por usar demais o celular.
A vítima chegou a apontar que tinha sido um colega da escola que a engravidou, mas que esse suposto aluno teria bloqueado ela nas redes sociais e se mudado da unidade de ensino.
Dessa forma, a mãe dela teria ido até a instituição, para saber mais informações sobre esse suposto estudante, sem sucesso.
Apesar da nova história relatada pela adolescente, o bebê nasceu em janeiro de 2024 e, logo após, foram feitos os exames de laboratório. Os resultados, saídos apenas no final de fevereiro, comprovaram: o padrasto era o responsável pela gravidez.
Assim, o homem foi preso preventivamente e deverá responder por estupro de vulnerável.
Já a mãe, que estava cuidando da filha e do neto, também foi detida, e deve ser indiciada por omissão, visto que já tinha sido alertada pela vítima sobre os abusos, mas acabou acreditando na versão do marido.
A adolescente ficou sob a guarda do pai dela, assim como o bebê.
Relembre o caso
O caso teve início após uma professora perceber que a garota tinha apresentado mudanças de comportamento e utilizava roupas de frio largas, mesmo em dias quentes.
Além disso, a educadora reparou que ela apresentava um volume abdominal incomum, levantando a suspeita de gravidez.
Após conversar com a adolescente, ela confessou que sofria abusos desde os 08 anos e que, depois dos atos libidinosos, o padrasto sempre colocava um terço sobre a barriga dela e rezava.
Assim, a escola repassou a denúncia para o Conselho Tutelar, que acionou a Polícia Civil (PC) para dar continuidade às investigações.
Dessa forma, a prisão preventiva dos dois suspeitos foi concretizada nesta terça-feira (27), e ambos se encontram à disposição da Justiça.
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