O vice de Sinwar, Khalil Al-Hayya, é visto como um possível sucessor. Nesta sexta-feira (18), inclusive, ele adotou uma postura desafiadora, dizendo que os reféns israelenses não seriam devolvidos até que as tropas israelenses se retirassem de Gaza e a guerra terminasse.
Além de Hayya, que é o principal negociador do Hamas, os outros principais candidatos à liderança são Khaled Meshaal, antecessor de Haniyeh, e Mohammad Darwish, uma figura pouco conhecida que preside o Conselho Shura, de acordo com analistas e uma fonte do Hamas.
Cotado para comandar as operações militares, Mohammad Sinwar, irmão do ex-número 1, é comandante veterano das Brigadas Qassam, raramente aparece em público, está há muito tempo na lista dos mais procurados de Israel e sobreviveu a vários atentados contra sua vida, dizem fontes do Hamas.
Khaled Meshaal em foto de 2012 — Foto: Ahmed Jadallah/Reuters
O Hamas tem um histórico de substituir seus líderes caídos de forma rápida, com seu principal órgão decisório, o Conselho Shura, encarregado de nomear um novo líder.
O Conselho Shura representa todos os membros do Hamas na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, nas prisões israelenses e na diáspora palestina, o que significa que o novo líder deve ter autoridade para iniciar negociações de cessar-fogo, mesmo que não esteja em Gaza , onde homens armados do Hamas ainda mantêm dezenas de israelenses como reféns.
“O Irã é o aliado mais forte do Hamas, que apoia o grupo com dinheiro e armas, e sua bênção é fundamental para decidir quem será o sucessor de Sinwar”, disse Abouelhoul, editor-chefe do jornal estatal Al-Ahram, no Egito.
Vídeo mostra Yahya Sinwar momentos antes da morte
Pronunciamento do Hamas após morte
Este foi o primeiro pronunciamento do Hamas desde o anúncio da morte de Sinwar. A confirmação da morte foi feita por Khalil al-Hayya, vice-líder do Hamas no Catar — que está sem comando no momento.
Embora todos os membros da cúpula do grupo tenham sido mortos por Israel, al-Hayya afirmou que o Hamas continuará lutando e prometeu vingança. Ele ainda disse que o Hamas não devolverá os reféns em poder do grupo terrorista enquanto a guerra em Gaza não acabar.
“Esses prisioneiros não retornarão a vocês antes do fim da agressão a Gaza e da retirada de Gaza”, afirmou.
Al-Hayya liderou a delegação do Hamas durante várias rodadas de negociações de um cessar-fogo no Catar, mediadas pelos EUA, Catar e Egito.
Em um pronunciamento que foi transmitido em telões em áreas controladas por simpatizantes do Hamas em Gaza, no Líbano e no Iêmen (veja imagem acima), al-Hayya confirmou ainda que Sinwar morreu durante combate com soldados israelenses — essa também foi a versão dada por Israel na quinta-feira (17).