Fogo já destruiu 27% da área da reserva e pode ser criminoso. Bombeiros e voluntários combatem as chamas no local.
MPF abre inquérito para apurar se incêndio na Chapada dos Veadeiros é criminoso
O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para apurar as causas do incêndio que atinge o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O órgão já pediu informações relacionadas ao fogo à Polícia Federal, à administração do Parque, e à Prefeitura de Alto Paraíso de Goiás.
A Polícia Federal informou ao G1, por telefone, que está em contato com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para definir um plando de ação e começar, o quanto antes, os trabalhos de perícia e investigação no local.
Já o ICMBio informou, por e-mail, que “no momento, o foco é o combate ao incêndio”.
O G1 tenta contato com a Prefeitura de Alto Paraíso para saber sobre andamento do pedido.
O incêndio, que começou no último dia 10 de outubro, já é considerado o maior da história da reserva pelo ICMBio. O fogo é combatido por bombeiros e voluntários da comunidade e já destruiu 27% da área da reserva, ou mais de 65 mil hectares.
A procuradora da república Nádia Simas Souza, que instaurou inquérito, quer apurar possíveis crimes relacionados ao incêndio, saber quais procedimentos administrativos foram adotados e, caso seja comprovado de que o fogo foi causado propositalmente, quem é responsável.
Conforme o MPF, prefeitura de Alto Paraíso, Polícia Federal e administração do Parque têm até cinco dias para fazer os levantamentos e enviá-los à procuradora.
Polícia Civil acredita que incêndio na Chapada dos Veadeiros seja criminoso — Foto: Vitor Santana/G1
Destruição
O primeiro incêndio na Chapada dos Veadeiros começou há 17 dias, em 10 de outubro, e foi controlado seis dias depois. Mas, no dia seguinte, novos focos surgiram, e há mais de 10 dias brigadistas e voluntários tentam combater as chamas. A Polícia Civil suspeita que o incêndio seja criminoso.
Segundo o ICMBio, o fogo já foi controlado na maior parte da reserva. No entanto, cerca de 400 pessoas, entre voluntários e brigadistas, seguem trabalhando 24 horas por dia para evitar que novos focos surjam.
Coordenador de prevenção e combate do ICMBio, Christian Berlinck, afirmou que o incêndio pode causar diversos problemas à população local e à fauna do local. “[O incêndio] interfere na qualidade da água, impacta no sistema de saúde devido à grande presença de fumaça no ar durante todo esse tempo. Então, toda sociedade tem que se envolver de alguma forma, até porque o fogo vem da sociedade”, disse, se referindo a suspeita de que a queimada possa ter sido criminosa.
As prefeituras de Alto Paraíso e Cavalcante, no noroeste goiano, decretaram na segunda-feira (23) situação de emergência devido ao agravamento do incêndio que atinge o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
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