Paulo Victor de Sousa foi condenado em júri popular, mais de uma década depois do crime
Samuel Leão –
Em um novo recurso, o Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu uma revisão da pena imposta a Paulo Victor de Sousa Gomes, acusado de matar o jovem Jehan Paulo José de Paiva, de 21 anos.
A vítima foi assassinada com um golpe de canivete, durante uma festa universitária, em 2013. No entanto, a conclusão do julgamento só ocorreu 11 anos depois.
No documento, o promotor Eliseu Antônio da Silva Belo apresenta as razões recursais, apontando o entendimento de que teria havido falha nos parâmetros da pena contida na sentença penal. A imputação final do júri foi de 12 anos de reclusão.
Documento emitido pelo MPGO.
Contudo, uma das questões que poderia ampliar esse tempo – segundo o promotor – seria a configuração de premeditação do crime, justificada pelo planejamento do uso de arma branca por parte do réu. No processo, este tentou afirmar que tal item era para uso profissional, na atuação como médico veterinário.
Uma testemunha de defesa teria, inclusive, alegado que um médico veterinário pode fazer uso do canivete apenas no exercício da profissão. Outra questão foi o relato de duas testemunhas, que afirmam tê-lo visto puxar o canivete e ameaçar outro rapaz na fila do chope antes do crime contra Jehan.
Também foi ressaltada a conduta ousada, denotando premeditação e frieza por parte do acusado. A cena da perfuração do coração da vítima, que esguichou muito sangue, também teria traumatizado os vários presentes (mais de 200) e sido presenciada por crianças e idosos.
Por fim, de acordo com os cálculos apontados para cada ação e as respectivas tipificações penais, dentre eles a destruição de toda a trajetória e planejamento familiar – visto que Jehan só veio para Anápolis com o intuito de se formar – foram pedidos 22 anos de reclusão ao acusado, em contraposição aos 12 determinados no último julgamento.
Documento emitido pelo MPGO.
Ao Portal 6, José Paiva, pai do estudante de odontologia vitimado, relatou a confiança na Justiça, expondo a convicção de que o órgão tem razão nas ações tomadas.
“Eu estou de acordo com a Justiça, o que for feito eu endosso. Está na mão do promotor, que fez um trabalho brilhante. Da minha parte, de minha família e dos meus familiares, apenas corremos atrás da Justiça”, afirmou.
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