Estudantes e representantes sindicais participaram da marcha, que teve público de pelo menos 500 mil pessoas, segundo a Universidade de Buenos Aires (UBA). Já o governo argentino informou que ao menos 150 mil manifestantes participaram do ato, que terminou sem incidentes.
O protesto partiu do Congresso em direção à Plaza de Mayo às 15h30 (horário local, mesmo de Brasília). Um pouco antes, já havia concentrações em frente à Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires (UBA), a alguns quarteirões de distância. Os manifestantes chegaram às proximidades da Casa Rosada, residência oficial do presidente, por volta das 17h. Às 18h, um documento compartilhado foi lido.
O lema da marcha foi “em defesa da universidade pública argentina”. Durante o ato, faixas foram erguidas com os dizeres “defendam as universidades públicas”, “estudar é um direito” e “aumentem o orçamento, abaixo o plano de Milei”.
Participaram do protesto Sergio Massa, ex-chefe de Gabinete e ex-ministro da Economia, e Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires.
Em defesa da manifestação, Adolfo Pérez Esquivel, vencedor prêmio Nobel da Paz de 1980, disse que “a educação é para criar homens e mulheres livres”.
Estudantes protestam contra cortes do governo Milei para as universidades públicas na Argentina, em 23 de abril de 2024. — Foto: Agustin Marcarian/Reuters
“Estou aqui para defender as universidades públicas”, disse Pedro Palm, um arquiteto de 82 anos formado na prestigiada Universidade de Buenos Aires (UBA), que recentemente alertou que poderia ter que fechar suas portas depois que seu orçamento foi reduzido.
O protesto desta terça é mais um exemplo da crescente tensão entre o Executivo e diversas áreas da sociedade argentina por conta dos cortes de gastos promovidos por Milei em prol de reverter a situação econômica do país.
Estudantes argentinos protestam contra cortes nas universidades públicas, em 23 de abril de 2024. — Foto: Martin Villar/Reuters
Entretanto, os cortes têm apertado o setor público. As universidades públicas da Argentina, como a UBA, que oferecem educação de graduação gratuita, dependem do financiamento governamental para funcionar.
Horas antes da manifestação, o porta-voz presidencial Manuel Adorni defendeu a posição do governo perante os cortes e pediu uma marcha pacífica.
“A educação é um dos pilares fundamentais de nossa ideologia. Não temos vontade de fechar as universidades”, disse Adorni em coletiva.
Manifestantes protestam contra cortes nas universidades públicas em frente à Casa Rosada em 23 de abril de 2024. — Foto: Agustin Marcarian/Reuters