Navalny é um ex-advogado que ganhou fama há mais de uma década ao satirizar a elite do presidente Vladimir Putin e fazer acusações de corrupção. Ainda não há informações sobre as causas da morte do adversário de Putin.
Essa, no entanto, não é a única morte recente de opositores do mandatário russo. O próprio Navalny já foi vítima de um envenenamento antes de ser detido. Relembre as mortes dos opositores de Putin nos últimos anos.
Alexei Navalny, líder da oposição
O líder da oposição russa Alexei Navalny também cumpre nove anos de prisão — Foto: Reuters via BBC
Em agosto de 2020, ele passou mal durante um voo da Sibéria para Moscou e o avião precisou fazer um pouso de emergência na cidade de Omsk, onde foi levado às pressas para a UTI. Depois, após negociações de alto nível com as autoridades russas, ele foi transportado de avião para Berlim e tratado lá enquanto era mantido em coma induzido.
Ele foi detido por forças russas em janeiro de 2021 após retornar da Alemanha e sentenciado à prisão até completar 74 anos por acusações que, segundo ele, foram forjadas para mantê-lo afastado da política.
Navalny acusou Putin de ser o responsável pelo envenenamento e diz que queriam matá-lo pela ameaça que representa nas eleições parlamentares de 2021.
Yevgeny Prigozhin, chefe do Grupo de mercenários Wagner
Yevgeny Prigozhin — Foto: Reuters
As 10 pessoas que estavam na aeronave morreram, de acordo com a investigação. Além de Prigozhin, também estava a bordo Dmitry Utkin, outro comandante do grupo paramilitar.
Após o acidente, a mídia russa noticiou que Prigozhin e Utkin teriam participado de um encontro com oficiais do Ministério de Defesa da Rússia antes de o avião decolar. Com as especulações internacionais, o governo russo negou que o líder mercenário teria sido morto sob suas ordens.
Prigozhin, líder do Grupo Wagner, usa martelo como ferramenta de tortura e poder
Dois meses antes de sua morte, o grupo mercenário entrou em campanha para destituir o ministro de Defesa russo, num desentendimento que se intensificou após Prigozhin acusar o governo russo de promover um ataque contra acampamentos da organização.
Os integrantes do Wagner chegaram a assumir o controle da cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e derrubaram vários helicópteros militares russos. Os mercenários chegaram a avançar em direção a Moscou, ação considerada “traição” pelo presidente Vladimir Putin.
Boris Berezovsky, magnata russo
Boris Berezovsky, um dos maiores críticos de Vladmir Putin. — Foto: Neil Hall/Reuters
Boris Berezovsky, magnata russo e ex-autoridade do Kremlin que acabaria se tornando um dos críticos mais ferozes do presidente Vladimir Putin, morreu em Londres em 2013. Ele havia se exilado após a chegada de Putin ao poder, em 2000.
As investigações apontaram que ele foi encontrado sem vida no banheiro de sua residência, com sinais aparentes de enforcamento. Na ocasião, o Kremlin afirmou imediatamente que Berezovsky, feroz opositor a partir do exílio, havia escrito a Putin para implorar por seu perdão e pedir para retornar à Rússia.
Katerina Sabirova, uma mulher com quem o magnata se relacionava, disse não acreditar na hipótese de suicídio e que Berezovsky teria dito que gostaria de voltar à Rússia.
Sergei Skripal, ex-agente duplo
Sergei Skripal e a filha, Yulia, foram vítimas de envenenamento em Londres. — Foto: BBC
Skripal e Yulia foram encontrados inconscientes no banco de um parque da cidade, que fica a cerca de 140 km de Londres. As autoridades britânicas acusam a Rússia do ataque porque o agente tóxico em questão, conhecido como Novichok, foi concebido pelo setor militar soviético há décadas. Moscou negou as acusações.
Policiais fazem guarda em frente ao restaurante em que Sergei Skripal e sua filha Yulia estiveram pouco antes de serem atacados — Foto: Peter Nicholls/Reuters
ex-agente russo ficou em estado crítico no hospital, mas não morreu em decorrência do ataque. Skripal, segundo Moscou, repassou nomes de agentes soviéticos trabalhando no Ocidente à MI6, agência de espionagem britânica. Ele foi condenado a 13 anos de prisão na Rússia em 2006, mas foi libertado em um acordo de troca de agentes em 2010.