Abu Mohammed al-Golani, líder do grupo rebelde que tenta derrubar o ditador Bashar al-Assad na Síria, disse que o objetivo da ofensiva lançada nos últimos dias é “libertar a Síria de um regime opressivo”. As declarações foram publicadas neste sábado (7) pelo jornal americano “The New York Times”.
“Esta operação quebrou o inimigo”, disse al-Golani sobre a ofensiva relâmpago iniciada há 10 dias e que avançou sobre cidades importantes como Aleppo e Homs.
Neste sábado, as forças rebeldes entraram em Homs, que já estava cercada, e tomaram o controle de mais duas cidades: Quneitra, perto da fronteira com Israel, e Sanamayn, já perto de Damasco.
Os combatentes liderados pelo movimento extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ou Organização para a Libertação do Levante, chegaram ao subúrbio da capital. O Hayat Tahrir surgiu como uma filial da Al Qaeda, o grupo terrorista por trás dos atentados do 11 de Setembro.
Relatos de moradores de Damasco publicados pela agência de notícias Associated Press indicam que a cidade está com segurança reforçada. Há corrida aos mercados e falta de alimentos.
O ministro do Interior da Síria, Mohamed al Rahmun, afirmou que as forças oficiais de segurança estabeleceram um cordão “muito forte” ao redor de Damasco, para evitar a tomada da capital.
“Há um cordão militar e de segurança muito forte nos limites de Damasco e sua área rural, e ninguém (…) pode penetrar na linha de defesa que nós, as Forças Armadas, estamos construindo”, disse o ministro na televisão estatal.
Em uma reunião no Catar, representantes de Rússia, Turquia e Irã pediram diálogo entre o governo sírio e as forças opositoras. No entanto, o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que a negociação não deve incluir os extremistas do HTS. “É inaceitável permitir que um grupo terrorista assuma o controle de territórios”, afirmou o ministro de Putin, segundo a agência de notícias russa Tass.
Veja a cronologia do avanço rebelde na Síria — Foto: Infográfico/g1