Obesidade e sedentarismo podem impulsionar aumento de câncer renal, diz doutor pela USP

Francisco Costa
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Obesidade e sedentarismo podem impulsionar aumento de câncer renal, diz doutor pela USP

Goiânia tem tecnologia de ponta, mas ainda pouco conhecida

Obesidade e sedentarismo podem impulsionar aumento de câncer renal, diz médico da USP

Obesidade e sedentarismo podem impulsionar aumento de câncer renal, diz médico da USP (Foto: Freepik)

O urologista Pedro Junqueira, doutor pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que o avanço do câncer renal está diretamente ligado ao crescimento da obesidade, do sedentarismo e da hipertensão arterial na população. Atualmente, o Brasil já registra mais de 600 mil novos casos de câncer por ano, segundo informações do Global Cancer Observatory. Entre os tipos que mais preocupam, está o de rim, doença que já causou mais de 10.800 mortes no país entre 2019 e 2021, conforme dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Conforme a pesquisa, o tumor renal representa o terceiro lugar entre os mais comuns do aparelho geniturinário. “Pacientes com sobrepeso têm maior chance de desenvolver hipertensão arterial, que também é um fator de risco para câncer de rim, o que faz um efeito bola de neve”, diz Pedro. Outro fato preocupante apontado pelo médico é que obesos, hipertensos e tabagistas também apresentam maiores chances de complicações específicas do tratamento do câncer de rim. “Um exemplo é a maior taxa de infecção pós-operatória. Resumidamente, a doença tende a aparecer em pacientes mais fragilizados pelas comorbidades que são fatores de risco. Uma combinação pouco amigável.”

Apesar dos números, existem avanços na medicina que ampliam as chances de sucesso no tratamento da doença. Em Goiânia, por exemplo, a cirurgia robótica já é uma realidade. Contudo, é pouco conhecida por parte da população e muitos pacientes, inclusive, acabam deixando o estado em busca de um tipo de procedimento que já está disponível na capital. “A cirurgia robótica é especialmente indicada para a nefrectomia parcial, quando é possível retirar apenas o tumor e preservar o rim. Ela oferece uma visão tridimensional e maior precisão nos movimentos, o que é essencial para áreas de difícil acesso. Aqui na capital temos dois hospitais que oferecem essa técnica”, explica Junqueira.

Ele destaca como benefícios deste tipo de procedimento o menor sangramento, a redução na necessidade de transfusão de sangue, a preservação de maior quantidade de tecido renal funcional e uma recuperação pós-operatória mais rápida. “A tecnologia robótica representa um avanço importante na urologia e pode significar um impacto direto na qualidade de vida dos pacientes.”

Ainda assim, ele reforça que a prevenção ainda é o caminho mais eficaz. O médico alerta para a manutenção de hábitos saudáveis, prática de exercícios físicos, controle da pressão arterial e abandonar o cigarro. “O câncer de rim é traiçoeiro justamente porque, muitas vezes, não dá sinais. Por isso, o acompanhamento médico, a atenção aos fatores de risco e a prevenção, buscando hábitos saudáveis, são indispensáveis.”

Incidência do câncer renal

O câncer renal tem maior incidência nos homens do que em mulheres, e tende a acometer mais os pacientes acima de 50 anos. “Entretanto não é raro operarmos pacientes jovens e do sexo feminino”, afirma Junqueira.

A maioria dos diagnósticos são feitos por acaso, em pacientes sem queixas que realizaram exames de rotina ou por outros motivos. A presença de sintomas decorrentes do tumor renal geralmente significa doença mais avançada. Esses sintomas são presença de sangue na urina, dor nas costas, abaulamento na lateral do abdômen, febre persistente e perda de peso significativa.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 430 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de rim todos os anos no mundo, e cerca de 155 mil morrem anualmente em decorrência da doença.

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