Política
Pacheco manda parlamentares apontarem autoria de emendas do Orçamento Secreto
O esforço faz parte da tentativa de liberar as parcelas restantes das emendas bloqueadas desde agosto por decisão do STF
Por Wendal Carmo 28.11.2024 17h16
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Foto: Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobrou dos 513 deputados e 81 senadores que revelem quais emendas parlamentares da rubrica RP-9 (conhecida como Orçamento Secreto) foram apadrinhadas por eles de 2020 a 2022. Os congressistas têm até este sábado 30 para fornecer as informações.
A solicitação consta de um ofício revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo e obtido por CartaCapital. Na mensagem, Pacheco diz que o esforço para identificar os autores das indicações faz parte da tentativa de liberar as parcelas restantes das emendas bloqueadas desde agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Os repasses foram interrompidos até a adoção de novas regras de transparência e rastreabilidade dos recursos. Na última terça-feira 26, o presidente Lula (PT) sancionou um projeto de lei para solucionar o impasse em torno das emendas parlamentares. A palavra final, porém, será do ministro Flávio Dino, relator do caso no STF.
Há no ofício de Pacheco um link no qual os congressistas devem marcar as emendas que apadrinharam no período. Depois de preencher o formulário, cada parlamentar terá de encaminhar um documento assinado ao chefe do Congresso informando ter prestado as informações solicitadas.
“Todos os apoiamentos formalizados serão compilados e juntados aos autos para ampliar a transparência e rastreabilidade, conforme determinação do ministro relator (Flávio Dino), objetivando-se a continuidade da execução orçamentária dos restos a pagar das emendas de Relator-Geral”, justificou Pacheco.
A cobrança do presidente do Congresso foi dirigida só aos congressistas atuais e deixou de fora aqueles que não se reelegeram. O Orçamento Secreto, utilizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para fortalecer sua base parlamentar, foi declarado inconstitucional pelo STF em 2022.
Wendal Carmo
Repórter do site de CartaCapital
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