Nesta segunda-feira (1º), com cerca de 99% dos votos apurados, a oposição reivindicou vitória nas duas principais cidades turcas: a capital, Ancara, e Istambul, cidade que Erdogan foi prefeito e onde começou sua carreira política.
A votação também consolidou a oposição — acuada pela expansão de poderes de Erdogan aprovadas por ele mesmo nos últimos anos — como força política. O nome do presidente da Câmara de de Deputados de Istambul, Ekrem Imamoglu, também surgiu como principal rival do presidente.
Com 92,92% das urnas apuradas em Istambul, a maior cidade da Europa e o motor econômico do país, Imamoglu teve 50,92% dos votos, em comparação com 40,05% do candidato do AKP, o ex-ministro de Erdogan Murat Kurum.
Sua sigla, o Partido Popular Republicano (CHP), também conseguiu manter o controle de Ancara e ganhou outras 15 prefeituras pelo país.
Em discurso na madrugada desta segunda-feira, Erdogan, reeleito em 2023, reconheceu a derrota.
Uma das explicações, apontadas em pesquisas de intenção de voto antes das eleições, é o aumento da inflação no país aliado a uma insatisfação crescente de eleitores islâmicos insatisfeitos com o governo de Erdogan.
“Aqueles que não entendem a mensagem da nação acabarão perdendo”, disse Imamoglu, 53 anos, a milhares de apoiadores exultantes na noite de domingo, alguns deles gritando para que Erdogan renunciasse.
A derrota acontece também após um forte envolvimento do presidente turco nas campanhas de seu partido em Istambul e Ancara.
Nesta madrugada, dirigindo-se às multidões reunidas na sede do AKP em Ancara, ele afirmou que a sua aliança “perdeu altitude” em todo o país e tomará medidas para transmitir a mensagem dos eleitores.
“Se cometemos um erro, iremos corrigi-lo” nos próximos anos, disse ele. “Se faltar alguma coisa, vamos completá-la.”