Equador e México vivem uma crise diplomática, que escalou nos últimos dias. Na quinta-feira (4), a embaixadora do México no país foi declarada “persona non grata” após o governo afirmar que o presidente mexicano fez comentários “infelizes” sobre as eleições equatorianas de 2023.
Após a declaração, o governo do México anunciou nesta sexta-feira que tinha concedido asilo político a Jorge Glas. O ex-vice-presidente havia solicitado ajuda do governo mexicano afirmando ser perseguido pela Procuradoria-Geral do Equador.
O Ministério das Relações Exteriores do Equador rebateu o México e disse que o país estava violando acordos de asilo político. Além disso, autoridades equatorianas pediram permissão ao México para entrar na embaixada em Quito e prender Glas.
Durante a noite, um grupo de policiais equatorianos foram até a Embaixada do México em Quito com veículos escuros. Segundo a Associated Pres, os agentes arrombaram as portas externas da sede mexicana e entraram no local.
A principal avenida de acesso à Embaixada também foi fechada pela polícia.
O embaixador encarregado do México, Roberto Canseco, afirmou que houve um “atropelo ao direito internacional”. Ele também chamou o ocorrido de “inaceitável” e “barbárie”.
“Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, disse Canesco.
De acordo com a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, os locais de missões de um país dentro de um outro — como embaixadas e consulados — são considerados invioláveis. Equador e México aderiram à regra na década de 1960.
Segundo o tratado, a entrada de agentes de estado dentro desses locais depende da autorização do chefe da missão estrangeira. Ou seja, no caso do Equador, a polícia deveria solicitar permissão ao embaixador mexicano para ingressar na Embaixada do México.