A presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta quinta-feira 5 que o partido não serve para “sacrificar a economia do País em nome da ortodoxia fiscal”. Ela também defendeu a formação de uma “sólida aliança” para reeleger o presidente Lula (PT) em 2026.
As declarações foram proferidas na abertura do seminário “A realidade brasileira e os desafios do PT”, organizado pelo partido e por sua fundação, a Perseu Abramo. O evento terminará nesta sexta-feira 6, às 19h, com uma mensagem de Lula.
“Se for para sacrificar aposentados, trabalhadores, a saúde, a educação, a própria economia do País, em nome da ortodoxia fiscal, como estamos vendo na Argentina, para que serviria o PT?”, questionou Gleisi. “Se for para satisfazer a ganância insaciável do sistema financeiro, sufocando o País com juros estratosféricos e assistindo impassível à especulação com o câmbio, para que serviria o PT?”
Segundo a líder petista, a legenda “serve a um projeto de transformação que está cada vez mais em disputa no País”. Ela avalia que o Brasil é um país dividido pela desigualdade histórica e, neste momento, “também entre o campo popular e democrático e a violência política da extrema-direita, a serviço do aprofundamento das desigualdades”.
Um dos objetivos do seminário, prosseguiu Gleisi, é iniciar um debate sobre a atualização dos posicionamentos partidários, um processo que se estenderá ao longo da eleição da nova direção, marcada para julho de 2025.
“Deve resultar na ação programática clara que irá conduzir o partido pelos próximos quatro anos e será fundamental para preparar o processo eleitoral de 2026, para reconduzir Lula à Presidência, com uma sólida aliança com o campo popular e democrático.”
As afirmações de Gleisi surgem uma semana depois de o governo anunciar um pacote fiscal, com uma série de medidas que geraram tensão entre ministros da área social e a equipe econômica, liderada por Fernando Haddad (PT). Após a divulgação do plano, porém, houve unidade no comando do partido em defesa das ações.