González tem 74 anos e serviu como embaixador na Argélia entre 1991 e 1993. Também foi embaixador na Argentina nos primeiros anos do governo de Hugo Chávez (1999-2013).
Publicou diversos livros e, como membro da oposição, foi representante internacional da Mesa Redonda da Unidade Democrática entre 2013 e 2015.
Considerado um candidato discreto, um dos principais desafios de González é fazer seu nome ser reconhecido entre os eleitores em um curto prazo, apontam analistas políticos.
“Ele é um candidato pouco conhecido. Seu desafio será justamente conquistar esse reconhecimento”, disse à Reuters Ricardo Rios, que dirige a consultoria local Estrategia y Poder.
Edmundo González, opositor de Maduro na eleição da Venezuela. — Foto: Reprodução/GloboNews
Embora a oposição esperasse encontrar um candidato de unidade, a aliança decidiu finalmente apoiar González. O nome dele foi anunciado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD), a coalizão de oposição, após Corina Yoris ter sido impedida de concorrer às eleições presidenciais. Em março, a coalização declarou que o “acesso ao sistema de inscrição” não tinha sido permitido.
Yoris havia sido nomeada substituta de María Corina Machado, que, apesar de ter vencido as primárias da oposição em outubro, também teve sua inscrição impedida.
Lideranças da oposição acusam o governo de impor barreiras a candidaturas oposicionistas. O governo nega as acusações.
O ex-diplomata Edmundo González também atuou na década de 1990 nos bastidores do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mais recentemente, foi conselheiro de relações internacionais da coligação da oposição.
“Edmundo é muito profissional, discreto e tem convicções democráticas muito firmes. Ele não gosta de usar palavras bombásticas ou radicais”, disse Jesus Torrealba, ex-secretário-geral da aliança de oposição.
O líder da oposição José Guerra elogiou Gonzalez pelo seu amplo conhecimento de questões internacionais, econômicas e políticas. Também ressaltou que o ex-diplomata fala francês e inglês, juntamente com o seu espanhol nativo.
“Ele é muito tolerante e escuta”, disse Guerra, acrescentando: “Ele terá uma campanha difícil”.
*Com informações da Reuters e da BBC