Gabriel Attal, ex-ministro de Educação, foi nomeado primeiro-ministro do país pelo presidente francês, Emmanuel Macron, surpreendendo os principais prognósticos, que apontavam outros nomes para o cargo.
A nomeação de Attal, em substituição de Élisabeth Borne, que pediu demissão do posto na segunda-feira (8), tornou o jovem político o primeiro-ministro mais novo da história da França.
Na França, país semipresidencialista, o cargo de primeiro-ministro na França é um posto mais burocrático e com pouco protagonismo na política, sempre liderada pela figura do presidente. No entanto, a nomeação de Attal atraiu holofotes para o cargo.
Embora o anúncio tenha sido uma surpresa, o jovem político já era um rosto conhecido na França: após dois anos como porta-voz do Palácio do Eliseu, assumiu em 2023 o Ministério da Educação, e, em poucos meses, se tornou o político mais popular da França, segundo uma pesquisa realizada pelo instituto francês Ipsos.
E, apesar da idade, a carreira política de Attal já tem quase 20 anos. Aos 17 anos, ele entrou no Partido Socialista francês, e aos 23, passou a integrar a equipe do Ministério da Saúde, durante o governo do socialista François Hollande.
Aos 29 anos, ele anunciou a união civil com o então líder do partido de Macron, Stéphane Séjourné. A imprensa francesa especula que Attal e Séjourné se separaram, mas os dois nunca se pronunciaram sobre o suposto término.
Recentemente, ele ganhou mais apoio popular depois de revelar, em uma entrevista na TV pública francesa, que sofreu bullying na adolescência. Segundo Attal, a perseguição de colegas ocorreu por conta de sua orientação sexual em uma das escolas privadas mais prestigiadas de Paris, a l’Ecole Alsacienne.
A partir desta terça, Attal recebeu a incumbência de nomear todo o novo gabinete do governo francês ao lado de Emmanuel Macron. Em meio a uma onda de críticas e com perda de apoio no Parlamento após ser reeleito, em 2022, Macron decidiu reformular totalmente seu governo.
Attal fez carreira com o Partido Socialista, mas sempre se disse admirador de Macron, um presidente do centro que tem adotado políticas conservadoras principalmente em áreas como segurança e imigração.
“A dupla Macron-Attal pode trazer uma nova vida (ao governo)”, disse o pesquisador da Harris Interactive, Jean-Daniel Levy.