O local é considerado o último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos de todas as regiões da Faixa de Gaza que tiveram que abandonar suas casas e migrar para o sul por conta da guerra –a campanha militar israelense iniciou ao norte do país e foi descendo.
Por outro lado, Israel afirma que Rafah, que faz fronteira com o Egito, é o último bastião do Hamas e, portanto, o último front de batalha para completar sua guerra contra o grupo terrorista.
Com a grande quantidade de refugiados que há no local, há uma preocupação da comunidade mundial pela segurança dos refugiados, com um possível desastre humanitário com mortes e o colapso do sistema de ajuda humanitária instalado na cidade diante da invasão, segundo a ONU.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023, a cidade serviu como porta de entrada de ajuda humanitária para os palestinos de Gaza e como saída de estrangeiros que estavam em Gaza e recebiam autorização para deixar o território e de reféns libertados pelo Hamas durante o cessar-fogo em novembro de 2023.
Com o avanço da guerra, Rafah começou a receber muitos refugiados e viu sua população explodir de cerca de 280 mil pessoas para 1,5 milhão, que se alocaram provisoriamente em tendas. Veja na imagem abaixo o antes e depois da cidade.
Implicações humanitárias
O Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), alertou na última sexta-feira (3) que o ataque em Rafah “pode causar um massacre”.
Rafah é a última cidade em Gaza, então os refugiados no local estão encurralados pela fronteira, porque o Egito não autoriza a entrada de palestinos em seu território, a não ser em casos excepcionais.
Destruição em Rafah — Foto: Mohammed Salem/Reuters
“Estamos extremamente preocupados com o destino dos civis em Rafah. As pessoas precisam ser protegidas, mas também não queremos ver nenhum deslocamento forçado em massa de pessoas, o que é, por definição, contra a vontade delas. Não apoiaríamos de forma alguma o deslocamento forçado, que vai contra o direito internacional”, disse Dujarric.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, é contra a invasão de Rafah porque não foi apresentado um plano humanitário adequado e sem isso não apoiaria a atitude de Netanyahu.
Último refúgio do Hamas, segundo Israel
Benjamin Netanyahu acredita que uma operação militar em Gaza é necessária para a “vitória total” sobre o Hamas. Segundo autoridades israelenses, Rafah é o último esconderijo restante do grupo terrorista em Gaza.
Segundo os israelenses, dos 24 batalhões do Hamas, 18 foram destruídos até o momento — os restantes estariam em Rafah.
Netanyahu já disse ao presidente dos EUA, Joe Biden, seu maior aliado, que está “determinado a concluir a eliminação desses batalhões (do Hamas) em Rafah, e não há outra maneira de fazer isso a não ser entrando no terreno”.
Segundo o primeiro-ministro, sua principal meta é acabar com a capacidade de o grupo terrorista de realizar novos ataques após o atentado de 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel e levou o país declarar guerra contra o Hamas.