Em entrevista ao Portal 6, promotor Eliseu Belo, responsável pelo caso, deu mais detalhes sobre os motivos que levaram à decisão
Davi Galvão –
Após quase uma década, Lucas José Tavares da Silva, principal suspeito pelo assassinato de Wesley Martins Vieira, foi condenado a 25 anos de prisão pelo crime de homicídio duplamente qualificado.
A decisão foi proferida pelo magistrado responsável, que acolheu o veredito do tribunal do júri, composto por sete pessoas, de forma unânime, na tarde desta segunda-feira (04), durante sessão no Fórum de Anápolis.
O caso ganhou bastante atenção da mídia após Lucas, em um julgamento anterior, ocorrido em dezembro de 2023, ter pulado a cerca do local e tentado fugir, sendo contido pelos familiares da vítima.
Ao Portal 6, o promotor responsável pelo caso, Eliseu Belo, forneceu mais detalhes acerca dos principais motivos que, na visão dele, contribuíram para a condenação do réu.
Em interrogatórios anteriores, o réu havia sustentado o álibi de que, no dia e horário do assassinato de Wesley, ele estaria em uma festa de aniversário “de um ano ou dois anos” da filha de uma prima, residente no Recanto do Sol.
Apesar disso, em momento algum foi fornecida alguma foto ou testemunha que comprovassem a alegação. Quando questionada pelo promotor, a defesa optou por permanecer em silêncio.
Além disso, as incongruências nos detalhes da história apresentados pelo réu também foram um dos pontos centrais na decisão final.
“Antes ele havia comentado que não andava de moto. Hoje ele já falou que pilotava, mas disse não saber se era preta ou vermelha. Outro exemplo foi que, em um dos interrogatórios, ele disse nunca ter possuído uma arma, mas hoje admitiu que já teve uma passagem pela polícia, na qual foi apreendido com uma arma de numeração raspada”, exemplificou o promotor.
Agora, a defesa tem um prazo de cinco dias para recorrer da decisão e pedir a anulação ou redução da sentença.
“Eu não acredito que o tribunal irá anular o julgamento, tendo em vista as provas que existem nos autos e que o réu foi autor do crime”, argumentou Eliseu.
Em tempo
Lucas José Tavares da Silva foi condenado pelo assassinato de Wesley Martins Vieira, ocorrido no dia 19 de setembro de 2015, na Vila Jaiara, região Norte de Anápolis.
O atentado teria funcionado como uma “queima de arquivo”, na qual o réu teria tentado atribuir ao colega a responsabilidade pelos crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e adulteração de placa de veículo automotor.
Diante da recusa de Wesley em assumir essa responsabilidade, Lucas se encaminhou até a residência da vítima e o executou, disparando contra ele.
“Essa circunstância de jogar a culpa desses crimes na vítima foi um agravante da situação dele, porque aí tornou o homicídio qualificado”, comentou Eliseu Belo.
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