Lula desembarcou na capital, Cairo, por volta das 4h desta quarta (14), no horário de Brasília, mas começa a sequência de reuniões nesta quinta.
Segundo o Palácio do Planalto, o petista também visitou museus e conversou com egípcios sobre possível colaboração para recuperar itens do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruídos em um incêndio no dia 2 de setembro de 2018.
Após a sequência de compromissos no Egito, Lula segue em viagem para a Etiópia – ambos, países que passaram a integrar o Brics em 2024.
O grupo, que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo, conta com a presença do Brasil desde a fundação. O governo brasileiro apoiou a ampliação e a entrada dos dois países africanos.
Este é o segundo giro de Lula por países da África desde que tomou posse como presidente da República. No ano passado, Lula passou por África do Sul, Angola e São Tomé e Príncipe.
Na campanha eleitoral de 2022, Lula colocou entre as diretrizes do programa de governo a previsão de “reconstruir” as relações entre o Brasil e países africanos. Antecessor de Lula, Jair Bolsonaro não visitou países africanos durante o seu mandato (2019-2022).
Naquele ano, antes mesmo de ter tomado posse e na condição de presidente eleito, Lula esteve no Egito, a convite do governo local, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Lula chega ao Egito para agenda oficial de dois dias
Compromissos no Egito
Segundo a agenda de Lula no Cairo, nesta quinta estão previstas duas reuniões com o presidente egípcio, Abdel Fatah El-Sisi.
Uma dessas reuniões será privada (entre os dois e intérpretes) e uma será ampliada (da qual costumam participar integrantes dos dois governos).
Em comunicado divulgado à imprensa nesta terça-feira (13), o Ministério das Relações Exteriores informou que os dois presidentes discutirão nos encontros as mudanças climáticas e a guerra entre Israel e o Hamas.
A guerra começou em outubro do ano passado, após o grupo terrorista atacar Israel. Milhares de pessoas morreram na região. Desde que o conflito começou, o Brasil repatriou cerca de 1,5 mil cidadãos que estavam na região de conflito e pediram ajuda ao governo para retornar ao país.
Desse grupo, 115 eram brasileiros que viviam na Faixa de Gaza — que faz fronteira com o Egito — e só puderam retornar ao país após o Egito abrir as fronteiras.
Lula também terá agendas com outros países árabes durante a viagem ao Egito. Ele terá uma reunião com o secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit. Além disso, participará de uma sessão extraordinária do Conselho de Representantes da Liga dos Estados Árabes.
Depois, o presidente partirá para Adis Abeba, capital da Etiópia, onde também cumprirá agendas.
Etiópia
No segundo destino da viagem, Lula deverá ter reuniões com autoridades locais e participar da Assembleia da União Africana. O grupo passou a integrar o G20, obtendo o mesmo status da União Europeia junto à entidade.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o discurso do presidente ainda não está finalizado, mas Lula deverá reforçar as oportunidades de cooperação entre os países africanos e o Brasil, acrescentando que, durante a presidência brasileira do G20, os três eixos centrais do grupo são:
- inclusão social com combate à fome e à pobreza;
- desenvolvimento sustentável e transição energética;
- reforma da governança global.
Sobre este último ponto, Lula tem defendido, por exemplo, que ao menos um país africano tenha representante no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) — Lula também tem defendido que o Brasil, a Alemanha e o Japão também passem a integrar o grupo.