O exército israelense também fechou a passagem de Kerem Shalom no sul de Gaza.
Palestinos observam destroços de casa destruída no conflito entre Israel e o Hamas em Rafah, na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, nesta terça-feira (7) — Foto: Hatem Khaled/Reuters
Fontes ligadas à ajuda humanitária disseram à Reuters que o fluxo de ajuda através da travessia está interrompido.
O local é considerado o último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos de todas as regiões da Faixa de Gaza que tiveram que abandonar suas casas e migrar para o sul por conta da guerra — a campanha militar israelense iniciou ataques ao norte do país e seguiu ao sul.
Israel afirma que Rafah, que faz fronteira com o Egito, é o último bastião do Hamas e, portanto, o último front de batalha para completar sua guerra contra o grupo terrorista.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023, a cidade serviu como porta de entrada de ajuda humanitária para os palestinos de Gaza e como saída de estrangeiros que estavam em Gaza e recebiam autorização para deixar o território e de reféns libertados pelo Hamas durante o cessar-fogo em novembro de 2023.
Com o avanço da guerra, Rafah começou a receber muitos refugiados e viu sua população explodir de cerca de 280 mil pessoas para 1,5 milhão, que se alocaram provisoriamente em tendas.
Por meio de um comunicado nas redes sociais, Israel pediu que os moradores deixem a região leste de Rafah com destino a Al-Mawasi, uma cidade vizinha, também na Faixa de Gaza, onde Israel disse ter criado uma zona humanitária com hospitais de campanha, tendas, alimentos e água.
O governo local, controlado pelo Hamas, afirmou que as tropas israelenses fizeram nesta segunda-feira os primeiros bombardeios à cidade, na parte leste.
Há semanas, as Forças Armadas de Israel vêm preparando a entrada em Rafah, onde Israel afirma que o Hamas tem seu último reduto dentro da Faixa de Gaza. No entanto, a cidade, na fronteira com o Egito, é também considerada o último refúgio para palestinos que fugiram de suas cidades no norte, no centro e até no sul do país ao longo da guerra.
Atualmente, cerca de 1,5 milhão de palestinos, mais da metade da população total da Faixa de Gaza, estão na cidade.
Proposta de cessar-fogo
De acordo com a agência Reuters, uma autoridade de Israel afirmou que os termos do acordo foram suavizados pelo Egito e que não pode aceitá-lo. Ele disse que, aparentemente, o Hamas teria aceitado o cessar-fogo para que os israelenses sejam vistos como a parte que se recusa a chegar a um compromisso.
A informação de que o Hamas aceitou os termos foi inicialmente divulgada pela rede Al Jazeera, e depois confirmada pela agência de notícias Reuters.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou que o país está ainda estudando como vai responder, mas que por ora eles vão seguir operando na Faixa de Gaza.
Houve comemoração de palestinos em Rafah após a notícia sobre o eventual cessar-fogo. Mas o gabinete de guerra de Israel aprovou de forma unânime na tarde desta segunda para continuar os preparativos para a operação terrestre em Rafah, que incluem a evacuação de palestinos da parte leste da cidade e bombardeios no local, segundo confirmação da IDF.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a proposta está “longe das demandas essenciais de Israel”, mas que mesmo assim enviará negociadores ao Egito para continuar as conversas sobre um acordo de cessar-fogo.