Soleimani era uma das figuras mais importantes no Irã. Além de liderar as Forças Al-Quds, a tropa de elite da Guarda Revolucionária do Irã, ele era o responsável pela política externa militar do Irã, que apoia e financia outros grupos no Oriente Médio, como o Hamas e o Hezbollah.
A morte de Soleimani gerou uma onda de revolta no Irã, onde ele era considerado um herói pelo governo e parte da população. O aiatolá Ali Khamenei, o líder máximo do Irã, chegou a decretar luto nacional de três dias na ocasião.
No entanto, três eventos ligados indiretamente à morte de Soleimani causaram a morte de mais de 300 pessoas.
- Morreram 56 em um tumulto no velório de Soleimani
- Morreram 176 na queda de um avião que havia acabado de decolar de Teerã.
- Morreram 95 em um evento para lembrar quatro anos da morte de Soleimani.
Mortes em velório
O velório de Soleimani aconteceu na cidade de Kerman. Centenas de milhares de pessoas foram ao evento.
No começo da procissão, a multidão começou a se acotovelar e empurrar. Pelo menos 56 morreram esmagadas e mais de 200 foram feridas.
A procissão acontecia em uma via estreita, e as ruas paralelas estavam fechadas. As pessoas não tinham para onde fugir quando começou a confusão.
Queda de avião
Vídeo mostra um segundo míssil atingindo avião ucraniano no Irã
No dia 8 de janeiro de 2020, quatro dias após a morte de Soleimani, um avião Boeing 737-800 de uma companhia aérea ucraniana caiu pouco depois de decolar do aeroporto de Teerã, capital do Irã, com 176 pessoas a bordo. Ninguém sobreviveu.
Inicialmente, o governo do Irã afirmou que o Boeing tinha caído por problemas da aeronave.
Nos dias após a morte de Soleimani, o Irã atacou bases militares dos EUA no Iraque. Os iranianos então estavam esperando um ataque das forças americanas e estavam monitorando o espaço aéreo para derrubar mísseis.
O Irã acabou confessando, dias depois, que seus próprios militares haviam derrubado o avião em Teerã.
No comunicado em que assumiam a culpa, os militares iranianos disseram que o avião “estava na posição e altitude de um alvo inimigo” e que estava perto de uma base da Guarda Revolucionária. “Nessas condições, por causa de um erro humano”, o avião “acabou virando alvo”.
Na época, os militares afirmaram que iriam fazer mudanças na corporação para evitar um erro como esse novamente.
Explosões em evento de quatro anos da morte de Soleimani
No Irã, duas explosões matam pelo menos 95 pessoas e deixam mais de 200 feridos
Na quarta-feira (3) houve um evento na cidade de Kerman, onde Soleimani está enterrado, para lembrar os quatro anos da morte do general.
Em uma rua a caminho do cemitério onde o corpo de Soleimani houve duas explosões. Juntas, elas mataram mais de 95 pessoas que estavam em uma procissão. Outras 211 ficaram feridas, segundo serviços de emergência do Irã.
As explosões ocorreram com um intervalo de 20 minutos entre elas.
O governo iraniano chamou a explosão de “atentado terrorista” e disse se tratar de um ataque suicida cometido por pessoas que estavam no meio da multidão.